LISTA DE ESPÉCIES PRODUZIDAS NO VIVEIRO INSTITUTO DA ÁRVORE |
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Origem |
Nome Comum |
Nome Científico |
Nativa da Mata Atlântica |
Araçá |
Psidium cattleyanum Sabine |
Nativa da Mata Atlântica |
Aroeira-pimenteira |
Schinus terebinthifolius Raddi |
Nativa da Mata Atlântica |
Bacupari, Bacupari-miúdo, bacuparizinho |
Garcinia brasiliensis Mart. = Rheedia brasiliensis (Mart.) Planch. & Triana |
Nativa da Mata Atlântica |
Cabeludinha, cabeluda, peludinha |
Myrciaria glazioviana (Kiaersk.) G.M. Barroso ex Sobral = Eugenia cabelludo var. glazioviana Kiaersk |
Nativa da Mata Atlântica |
Ameixa-nativa, Eugenia-ameixa-do-mato |
Eugenia candolleana DC. |
Nativa da Mata Atlântica |
Canafístula-branca |
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. |
Nativa da Mata Atlântica |
Cereja-do-mato, Pitanga-cerejeira |
Eugenia involucrata DC. |
Nativa da Mata Atlântica |
Copaíba-do-cerrado |
Copaifera langsdorffii Desf. |
Nativa da Mata Atlântica |
Jenipapo |
Genipa americana L. |
Nativa da Mata Atlântica |
Goiaba |
Psidium guajava L. |
Nativa da Mata Atlântica |
Grumixama |
Eugenia brasiliensis Lam. |
Nativa da Mata Atlântica |
Guapuruvu |
Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake |
Nativa da Mata Atlântica |
Jacarandá, Caviúna-preta |
Dalbergia nigra (Vell.) Fr. All. ex Benth. |
Nativa da Mata Atlântica |
Jatobá |
Hymenaea courbaril L. |
Nativa da Mata Atlântica |
Jacaratiá-espinhosa |
Jacaratia spinosa (Aubl.) A. DC. |
Nativa da Mata Atlântica |
Maricá, Espinheira-de-maricá |
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze |
Nativa da Mata Atlântica |
Olho-de-cabra, Tento-vermelho |
Ormosia arborea (Vell.) Harms |
Nativa da Mata Atlântica |
Pau-brasil |
Caesalpinia echinata Lam. |
Nativa da Mata Atlântica |
Pau-ferro |
Caesalpinia ferrea Mart. |
Nativa da Mata Atlântica |
Cedro-rosa, Cedro-vermelha |
Cedrela fissilis Vell. |
Nativa da Mata Atlântica |
Ipê-roxo-de-bola |
Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Standl. |
Nativa da Mata Atlântica |
Ipê-amarelo |
Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nicholson |
Nativa da Mata Atlântica |
Ipê-rosa |
Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith |
Nativa da Mata Atlântica |
Urucum |
Bixa orellana L. |
Nativa da Mata Atlântica |
Tarumã-azeitona |
Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke |
Nativa da Mata Atlântica |
Uvaia |
Eugenia pyriformis Cambess. |
Nativa da Mata Atlântica |
Pitanga/Pitanga-vermelha |
Eugenia uniflora L. |
Nativa da Mata Atlântica |
Cambucá-verdadeiro |
Plinia edulis (Vell.) Sobral |
Nativa da Mata Atlântica |
Juçara |
Euterpe edulis Mart. |
Nativa da Mata Atlântica |
Sibipiruna |
Caesalpinia pluviosa |
Nativa da Mata Atlântica |
Guanandi |
Calophyllum brasiliense |
Nativa da Mata Atlântica |
Mulungu |
Erytrina speciosa |
Nativa da Mata Atlântica |
Jequitibá-branco |
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze |
Nativa da Mata Atlântica |
Castanha-do-maranhão |
Bombacopsis glabra |
Exótica |
Nogueira |
Juglans regia |
Nativa da Mata Atlântica |
Graviola |
Annona muricata |
Exótica |
Chapeu-de-napoleão |
Thevetia peruviana |
Nativa da Mata Atlântica |
Sabão-de-soldado |
Sapindus saponaria |
Nativa da Mata Atlântica |
Cubatã |
Cupania vernalis |
Exótica |
Café |
Coffea arabica |
Exótica |
Falso pau brasil |
Caesalpinia sappan |
Exótica |
Uva japonesa |
Hovenia dulcis |
Exótica |
Ipê-de-jardim |
Tecoma stans |
Nativa da Mata Atlântica |
Capororoca |
Rapanea ferruginea |
Nativa da Mata Atlântica |
Guará-mirim |
Myrcia multiflora |
Nativa da Mata Atlântica |
Araçá-de-morcego |
Psidium cattleyanum |
Nativa da Mata Atlântica |
Figueira branca |
Ficus guaranitica |
Exótica |
Limão |
Citrus limon |
Exótica |
Cacau |
Theobroma cacao |
Nativa da Mata Atlântica |
Pata-de-vaca |
Bauhinia forficata |
Nativa da Mata Atlântica |
Oiti |
Licania tomentosa |
Exótica |
Jambo amarelo |
Syzygium jambos |
Exótica |
Areca |
Dypsis lutescens |
Nativa da Mata Atlântica |
Jerivá |
Syagrus romanzoffiana |
Nativa da Mata Atlântica |
Boleira |
Joanesia princeps |
Exótica |
Scheflera |
Schefflera arboricola |
Nativa da Mata Atlântica |
Pau-jacare |
Piptadenia gonoacantha |
Exótica |
Abacate |
Persea americana |
Nativa da Mata Atlântica |
Carobinha |
Jacaranda semiserrata |
Nativa da Mata Atlântica |
Manaca |
Tibouchina mutabilis |
Exótica |
Murta |
Murraya paniculata |
Nativa da Mata Atlântica |
Jambolão |
Syzygium jambolanum |
Nativa da Mata Atlântica |
Abiu-roxo |
Chrysophyllum cainito |
Nativa da Mata Atlântica |
Cereja-café |
Bunchosia armeniaca |
CAMBUCI
Campomanesia phaea
FAMILIA DAS MYRTACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nome: Cambuci vem do tupi guarani e significa “fruta semelhante a um pote que os índios usavam, chamado Camussí”. Também é chamada de Ubucabuci, Camuci, Camoti, Camocim.
Origem: Espécie rara e restrita a floresta atlântica de maior altitude do Rio de Janeiro e São Paulo.
Características: Árvore pequena de 3 a 5 m de altura, com copa alongada e ereta.
Dicas para cultivo: Árvore de crescimento moderado e resiste a geadas de -3C°, vegeta bem em qualquer altitude. O solo pode ser profundo, úmido, ácido, com constituição arenosa, pH entre 5,0 a 6,6 e com boa fertilidade natural. A árvore inicia a frutificação a partir do 4º ou 5º ano e necessita de cuidados especiais na fase juvenil pois, a planta é delicada e muito sensível a seca no 1º e 2º ano.
Mudas: As sementes são frágeis, laminadas e recalcitrantes (perde o poder germinativo rapidamente). Devem ser plantadas logo que colhidas, 2 por saquinho contendo substrato poroso e rico em matéria orgânica. A germinação inicia com 50 e vai até os 100 dias. As mudas atingem com 25 cm de altura com cerca de 9 a 10 meses no viveiro.
Plantando: Deve ser plantada a pleno sol num espaçamento 5x5 m. As covas devem ter 50 cm nas três dimensões e devem ser preenchidas com composto orgânico. A melhor época de plantio é de outubro a novembro.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco. A irrigação é necessária para uma frutificação farta e regular.
Usos: Frutifica de fevereiro a março. Os frutos são maduros podem ser consumidos in-natura apesar de serem ácidos. A melhor forma de aproveitá-los é na fabricação de geléias, sorvetes e sucos ou batidas deliciosas.
ARAÇÁ VERMELHO
Psidium longipetiolatum
FAMILIA DAS MYRTACEAS
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nome: ARAÇÁ-VERMELHO vem do tupi guarani e significa “Fruta que tem olhos” por causa das sépalas persistentes como cílios. Também recebe o nome de araçá arbóreo da Mata atlântica, araçá roxo do mato, araçá vermelho do mato e araçá-goiaba.
Origem: Espécie endêmica da Mata Atlântica ocorrendo nas matas de encosta e nas beiras de riachos ou solos bastante úmidos.
Características: É uma árvore de médio porte, medindo entre 4 a 6 m de altura quando cultivada, chegando a atingir 15 m a mais raramente 30 m de altura quando no meio da mata. A copa é arredondada, densa e pequena. A flor aberta é branca, fragrante e mede 1,5cm de diâmetro, facilmente diferenciada de outras espécies de Psidium por ter pedúnculo (haste ou suporte) de 2cm a 4cm de comprimento. Os frutos são bagas subemisféricas arredondadas de 2,5 cm a 3,8 cm de diâmetro com casca roxo vermelha intensa quando totalmente madura.
Dicas para cultivo: É de fácil cultivo, se adapta a diversos tipos de clima e solo. Pode ser cultivada desde o nível do mar até 2.000 m de altitude, aceitando índices de chuvas que podem variar de 1.200 a 2.500 mm anuais. Essa espécie prefere solos que sejam bem drenados, profundos e com boa fertilidade natural e tenham pH variando de 5,5 a 6,2. É resistente a mínimas de até -4°C e 5 ou 6 meses de seca, suportando também um breve período de encharcamento ou enchentes.
Mudas: Suas sementes devem ser colhidas de frutos maduros e lavadas em água corrente sobre uma peneira, devendo essas ser secas ao sol por 4 h. Depois de limpas e secas as sementes podem ser armazenadas por até 1 ano em embalagens escura, mantendo 60% de seu poder germinativo. Normalmente as sementes devem ser semeadas logo após beneficiadas em sementeira ou saquinhos individuais. A irrigação deve ser feita todos os dias e a germinação tem taxa de 70% e ocorre em 35 a 75 dias. Se for semeada em sementeira as mudas devem ser repicadas para embalagens individuais quando estiverem com 10 cm de altura. Após o transplante as mudas devem ficar em local sombreado por 3 meses e ser irrigadas generosamente até o pleno pegamento. As mudas atingem 40 cm de altura com 9 a 10 meses, quando já podem ser plantadas em local definitivo.
Plantando: Pode ser plantada tanto na sombra ou em pleno sol num espaçamento 5x5 m. As covas devem ter dimensões de 50 cm nas 3 dimensões. A melhor época de plantio é outubro a novembro, e convém irrigar após o plantio e a cada 15 dias se não chover.
Cultivando: A planta cresce moderadamente e não necessita de cuidados especiais, fazer apenas podas de formação eliminando os ramos que nascerem na base do tronco e os galhos voltados para baixo ou para o interior da copa.
Usos: Frutifica em janeiro a março. Os frutos têm sabor acidulado, porém são saborosos para o consumo in-natura. Com a polpa dos frutos, se podem fabricar doces, geléias e sucos deliciosos. Por ser perenifólia a planta serve muito bem para arborização de praças, estacionamentos e grandes jardins. Essa espécie não pode faltar em projetos de reflorestamentos, pois a planta produz frutos consumidos por macacos, cutias, pacas, porco do mato e algumas espécies de pássaros.
GOIABA
Psidium guajava
FAMILIA DAS MYRTACEAS
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nome: Também recebe o nome de Araçá-das-almas, Araçá-goiaba, Araçá-guaçu, Araçá-mirim, Araçaíba, Araçauaçu, Goiaba-maçã, Goiabeira, Goiabeira-branca, Goiabeira-vermelha, Guaiaba, Guaiava, Guaiba, Guava, Guiaba, Mepera
Origem: Espécie endêmica da Mata Atlântica ocorrendo em todo o país, sendo encontrada desde o Rio Grande do Sul até o Nordeste.
Características: Trata-se de uma espécie bastante comum. Pequeno a médio porte, 4 a 8 m de altura. Fruto redondo a oblongado, 10 a 12 cm, casca externa verde claro, polpa vermelha ou branca macia, com muitas sementes pequenas.
Dicas para cultivo: Deve ser cultivada sob sol pleno, em solos férteis, drenáveis, ricos em matéria orgânica e irrigados periodicamente, temperaturas médias de 25°C a 30°C, a quantidade de chuvas deve ficar entre 1000 e 1600 mm anuais e nunca inferior a 600 mm, a não ser que a produção seja irrigada, umidade relativa do ar ideal fica em torno de 50% a 80%, regiões de umidade mais alta propiciam o aparecimento de doenças fúngicas, principalmente a ferrugem. Não tolera geada ou climas secos, o pH entre de 5,5 a 6,0. As podas da goiabeira são especiais e efetuadas para formação da copa e frutificação. Árvores corretamente podadas podem produzir cerca de 100 kg de frutos por ano, assim como podas mal realizadas podem inviabilizar a produção. Após 3 meses da poda, a goiabeira floresce e após 3 meses os frutos já estarão em condições de serem colhidos.
Mudas: No Instituto da Árvore as mudas são produzidas por plantio de sementes, mas a goiabeira também pode ser propagada através de alporquia, estaquia, enxertia e cultura de tecido, que no caso de plantios comerciais são mais indicados devido a maior velocidade para frutificação.
Plantando: As sementes são separadas da polpa quando bem madura, basta colocá-las numa peneira e sob a pressão de água. Depois de lavadas, colocar para secar à sombra. Podem ser guardadas por um período de tempo, mesmo assim deve-se semeá-las o mais rápido possível. As adubações orgânicas são fundamentais para a goiabeira, fornecer de 150 kg a 200 kg de esterco de curral por planta e por ano, esparramados sobre a superfície do solo, na periferia da copa. Um sistema de adubação eficiente é o de fertirrigação, que leva nutrientes às plantas através da água. O plantio deve ser realizado no início da estação das chuvas, em dias nublados e frescos, com mudas bem desenvolvidas, deixando a face superior do torrão, acima do nível normal do solo.
Cultivando: A irrigação é uma técnica que está associada a uma série de fatores que influem diretamente na produtividade da goiabeira e na qualidade de seus frutos. A frutificação da goiabeira se estende desde o verão até o outono, mas pode ser conduzida através de podas para que dure o ano todo. As doenças da goiabeira são a ferrugem, a antracnose e a bacteriose, todas controladas com aplicações de fungicidas.
Usos: Os frutos têm sabor acidulado, porém são saborosos para o consumo in-natura. Com a polpa dos frutos, se podem fabricar doces, geléias, sucos e molhos. Por ser perenifólia a planta serve muito bem para arborização de praças, estacionamentos e grandes jardins. Essa espécie não pode faltar em projetos de reflorestamentos, pois a planta produz frutos consumidos por macacos, cutias, pacas, porco do mato e algumas espécies de pássaros.
AMEIXA NATIVA
Eugenia candolleana
FAMÍLIA DAS MYRTACEAS
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nome: CAMBUÍ – vem do tupi-guarani e significa “Galho fino”. Também chamada de cambuí roxo, ameixa ou cereja de Joinville, cereja preta e ameixa da mata atlântica.
Origem: É nativa dos tabuleiros praianos e restingas bem como a mata atlântica litorânea, ocorrendo desde o nordeste até Santa Catarina, Brasil.
Características: Árvore de pequeno porte, ramificada, medindo entre 2 a 4 m de altura, com copa arredondada, cônica e densa com até 2 m de diâmetro. Os frutos são bagas de 2 a 3 cm de diâmetro de cor roxo enegrecido quando madura.
Dicas para cultivo: Planta de fácil cultivo e rápido crescimento, bastante resiste a baixas temperaturas, até -3°C. Pode ser cultivada em todo o Brasil, e em qualquer altitude. Aprecia diversos tipos de solos, desde arenosos, turfosos e até arenosos, mais estes devem ser profundos, úmido, com pH ente 5,0 a 6,2. É preciso plantas no mínimo 2 plantas para uma melhor produção. Começa a frutificar com 2 a 3 anos após o plantio.
Mudas: As sementes são recalcitrantes (perdem o poder germinativo em 20 dias se forem secas) e germinam em 30 a 60 dias, se plantadas em substrato feito de 40% de terra, 20% de areia e 40% de matéria orgânica. As sementes podem ser semeadas em jardineiras ou canteiros e depois quando estiverem com 10 cm de altura podem ser transplantadas para embalagens individuais que devem ser deixadas em local com sombreamento de 50%. As mudas atingem 35 cm com 8 meses após a germinação.
Plantando: Pode ser plantada a pleno sol como em bosques com árvores grandes bem espaçadas. Espaçamento 5x5 m entre plantas. É bom fazer covas de 50 cm nas 3 dimensões misturando aos 30 cm da terra inicial da cova 1 kg de cinzas e cerca de 6 pás de matéria orgânica. A melhor época de plantio é de setembro a novembro. Após o plantio irrigar a cada 15 dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco ou os cruzados atrapalhando a ventilação da copa.
Usos: Frutifica nos meses de março a maio. Os frutos são consumidos in natura e muito apreciados. Os frutos sem sementes são ótimos para se fazer bolo e também servem para fabricar sucos, sorvetes e geléias. As flores são apícolas e a arvore é ornamental podendo ser cultivada com sucesso na arborização urbana.
CEREJA DO MATO
Eugenia involucrata
FAMÍLIA DAS MYRTACEAS
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nome: Barapiroca – vem do tupi-guarani e significa “Fruta da árvore que se descasca”. Também chamada de Caviúna, Cereja do mato e Cereja do Rio Grande.
Origem: Floresta semideciduas de altitude, e ocorre na Mata Atlântica, sempre na beira de rios; onde aparece nos estados da região Sul e Sudeste do Brasil.
Características: Árvore de médio porte, de 5 a 10 m de altura, copa cilíndrica de 1,5 a 3 m de diâmetro, as flores nascem nas axilas dos brotos formados no início da primavera.
Dicas para cultivo: Planta resistente à baixas temperaturas, até - 6°C, embora seja de altitude acima de 500 m, frutifica bem até ao nível do mar. Aprecia diversos tipos de solos, desde arenosos, turfosos e até arenosos, mais estes devem ser profundos, úmido, com pH ente 5,0 a 6,2. É preciso plantar no mínimo 2 plantas para uma melhor produção. Começa a frutificar com 2 a 3 anos após o plantio.
Mudas: As sementes são recalcitrantes (perdem o poder germinativo em 20 dias se forem secas) e germinam em 40 a 60 dias, se plantadas em substrato feito de 40% de terra, 20% de areia e 40% de matéria orgânica. As sementes podem ser semeadas em jardineiras ou canteiros e depois quando estiverem com 10 cm de altura podem ser transplantadas para embalagens individuais que devem ser deixadas em local com sombreamento de 50%. As mudas atingem 35 cm com 10 meses após a germinação.
Plantando: Pode ser plantada a pleno sol como em bosques com árvores grandes bem espaçadas. Espaçamento 6x6 m entre plantas. Fazer covas de 50 cm nas 3 dimensões misturando aos 30 cm da terra inicial da cova, 1 kg de cinzas e cerca de 6 pás de matéria orgânica. A melhor época de plantio é de setembro a novembro. Após o plantio irrigar a cada 15 dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco. Adubar com composto orgânico, pode ser 5 pás de cama de frango bem curtido.
Usos: Frutifica nos meses de setembro a novembro. Os frutos são consumidos in-natura e muito apreciados. Os frutos sem sementes são ótimos para se fazer bolo e também servem para fabricar sucos, sorvetes e geléias. As flores são apícolas e a árvore é ornamental podendo ser cultivada com sucesso na arborização urbana.
GRUMIXAMA
Eugenia brasiliensis
FAMILIA DAS MYRTACEAE
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Árvore |
Fruto roxo graúdo |
Fruto amarelo |
Nome: GRUMIXAMA vem do Tupi, e significa ”Fruta que pega ou aperta na boca ao comer”. Também é chamada de Grumixame, Grumixaba, Cumbixaba, Comichã e Ibaporoití. Existem três variedades Botânicas de Eugenia brasiliensis: Erythrocarpus de frutos grandes e roxos ou avermelhados; Iocarpus de frutos pretos e a Leucocarpus de frutos amarelos.
Origem: Originária da floresta atlântica desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.
Características: Árvore de pequeno porte, medindo entre 3 a 6 m (ou até 15 m quando na mata). Flores aromáticas, pequenas e brancas, possui folhas verde escuras e brilhantes, coriáceas, medindo de 5 a 7,5 cm de comprimento. Porta frutos tipo bagas, pequenos, com até 5 cm, a polpa, doce acidulada, envolve, no mínimo, 2 sementes escuras.
Dicas para cultivo: Planta de crescimento rápido que aprecia qualquer tipo de solos com boa fertilidade natural e rápida drenagem da água das chuvas, é resistente a geadas leves de até -3°C. A planta frutifica abundantemente em pleno sol, mais não deve faltar água na época da florada e granagem dos frutos. Começa a frutificar com 3 a 4 anos a depender do clima e tratos culturais. Também pode ser cultivada na sombra onde frutifica bastante.
Mudas: As sementes são redondas, recalcitrantes (perdem o poder germinativo se forem secadas) e germinam em 30 a 60 dias se plantadas em substrato de 50% de terra vermelha, 30% de matéria orgânica e 20% de areia. Podem ser plantadas em jardineiras e quando atingirem 10 cm podem ser transplantadas para embalagens individuais. As mudas devem ser formadas na sombra e atingem 30 cm com 10 a 12 meses de vida.
Plantando: Plantar a pleno sol num espaçamento 5x5 m em covas abertas, estas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 30% de areia saibro + 6 pás de matéria orgânica aos 30 cm de terra da superfície da cova; misturando junto 1 kg de cinzas de madeira. A melhor época de plantio é outubro a novembro, convém irrigar 10L de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover.
Cultivando: A planta cresce rápido e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se cobrir a superfície com capim cortado e eliminar qualquer erva daninha que possa sufocar a planta. Deve-se fazer podas no fim do inverno para fazer a formação da planta eliminando ramos e brotos da base e todo o excesso de ramos que nascerem voltados para o interior da copa. Adubar com 4 kg de composto orgânico feito de esterco de galinha curtido
Usos: Frutifica a partir do 5º ano nos meses de dezembro a março. Os frutos são deliciosos para serem consumidos in-natura ou aproveitados para fazer sucos, doces, rechear bolos, massas, xarope, licores, geléias e sorvetes. A árvore é ornamental e ótima para arborização urbana, sua madeira também é aproveitada na marcenaria; as flores são melíferas, auxiliam a produção de mel pelas abelhas, atrai grande quantidade de aves.
UVAIA
Eugenia pyriformis
FAMÍLIA DAS MYRTACEAS
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Árvore |
Flores |
Fruto redondo |
Fruto piriforme |
Nome: UVAIA vem do Tupi, e significa ”Fruta ácida”. Também é conhecida como orvalha e uvalha, uvaia do mato, cambuí da índia, uvalha, ubapeba, uvaia do campo e ubaia.
Origem: Originaria da floresta atlântica desde São Paulo até o Rio Grande do Sul, Brasil.
Características: Árvore de médio porte, medindo entre 4 a 12 m de altura com copa arredondada ou em forma de taça de 2 a 4 m de diâmetro, flores brancas e livres. Os frutos são pequenos, ovais e amarelos (quando maduros). Têm a casca fina e levemente aveludada. A polpa é ácida (quando imatura) e doce (quando madura) e abriga de 1 a 2 sementes.
Dicas para cultivo: É planta extremamente adaptável podendo ser cultivada em climas com temperaturas anuais entre 18°C a 26°C, resistindo bem a geadas de até menos -4°C, quantidade de chuvas de 1.200 mm a 1.800 mm anuais; vegetando bem nos mais variados tipos de solos, ácidos ou alcalinos, argilosos ou arenosos, mais que de preferência tenham fertilidade e umidade natural.
Mudas: As sementes são redondas e de coloração creme, recalcitrantes (perdem o poder germinativo em 20 dias). Semear 2 sementes diretamente em saquinhos individuais com substrato de 50% de terra e 50% de matéria orgânica bem curtida. A germinação se dá em 40 a 60 dias, e as mudas atingem 35 cm com 11 a 12 meses após a germinação.
Plantando: Plantar a pleno sol num espaçamento 4x4 m para uvaia pêra. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 30% de areia saibro + 30% de matéria orgânica aos 30 cm de terra da superfície da cova e depois plantar na melhor época que vai de setembro a novembro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover.
Cultivando: A planta cresce rápido e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se cobrir a superfície com pó de cerra e eliminar qualquer erva daninha que possa sufocar a planta. Adubar com 2 kg de composto orgânico feito de esterco de galinha curtido. Distribuir os nutrientes à 5 cm superficialmente a 20 cm do caule no início do mês de outubro. É normal o aparecimento de pulgões e cochonilhas, que devem ser combatidas a base de inseticidas. No caso de fungos, como o Uredo eugeniarum, retire-os com uma escova e fungicidas.
Usos: Frutifica a partir de 2 a 4 anos de idade a depender da variedade, entre os meses de setembro e novembro. Os frutos são consumidos in-natura, deve ser consumido ao pé da árvore, pois não resiste a mais de 4 h e na forma de sucos. A fruta tem grande potencial para fabricação de bebida fermentada como vinho e ótimo vinagre. A polpa também produz um delicioso sorvete.
PITANGA
Eugenia uniflora
FAMÍLIA DAS MYRTACEAS
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Árvore |
Flor |
Frutos |
Nome IBÁ-PITANGA – vem do tupi-guarani e significa “Fruta de pele tenra ou fina”. Também recebe os nomes de: pitanga vermelha, pitanga preta, pitanga branca, pitanga rosa, pitanga miúda, pitanga-uva, cereja do mato, moranguinha de árvore e ginga na região Amazônica.
Origem: Nativa da Floresta Atlântica nas matas de galerias próximas a riachos e em capoeiras de solo úmido, ocorrendo em estado natural desde Minas Gerais e Espírito Santo até o Rio Grande do Sul, Brasil.
Características: Árvore de porte médio medindo entre 3 a 10 m de altura, formando copa arredondada quando em sol pleno. As folhas são simples caindo quase que totalmente por ocasião da floração. O fruto é arredondado, achatado nas extremidades com sulcos longitudinais, alaranjado a vermelho intenso na maturação.
Dicas para cultivo: Tem crescimento rápido e pode ser cultivada em todo o Brasil adaptando-se a climas temperados, subtropicais e tropicais onde a temperatura média é de 13°C a 26°C, resistindo a mínimas de até -8°C. Pode ser plantada desde os 5 m acima do nível do mar até 1.650 m de altitude, apreciando índices de chuvas que variam de 770 a 2.500 mm anuais e bem distribuídos. Aprecia qualquer tipo de solo que seja profundo e tenha boa retenção de umidade. Ela vai bem sobre terrenos arenosos na beira de rios e em latossolo (terra vermelha) e o pH entre 5,5 e 6,7.
Mudas: As sementes são arredondadas e esbranquiçadas e devem ser despolpadas e secas na sombra por 2 dias em seguida são plantadas em sementeiras ou saquinhos. O composto utilizado deve ser feito com 50% de matéria orgânica bem curtida, 20 % de areia e 30% de terra. A germinação ocorre em 30 a 40 dias e é quase total. As mudinhas podem ser transplantadas para saquinhos individuais quando tiverem 10 cm de altura e o substrato deve estar úmido, e após replantadas as mudas devem ficar em plena sombra e ser irrigadas diariamente por mais ou menos 1 mês. Depois as mudas já podem ficar sob sol pleno quando em mais ou menos + 6 meses atingirão 30 a 40 cm de altura.
Plantando: Plantar no espaçamento de 6x6 m entre plantas, abrindo covas com dimensões de 50 cm nas 3 dimensões. O preparo se inicia reservando os 30 cm de terra da superfície para ser misturada com 6 pás de esterco bem curtido, 600g de cinzas. A melhor época do plantio é nos meses de setembro a outubro. Irrigar generosamente 1x por semana nos primeiros 2 meses e depois somente quando faltar umidade.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco. Adubar com 6 kg de composto orgânico. A irrigação na época de floração e frutificação aumenta consideravelmente a produtividade e qualidade dos frutos.
Usos: Frutifica a partir de 2 a 4 anos nos meses de outubro a janeiro. Os frutos são consumidos in-natura, na forma de sucos, geléias e sorvetes. A floração é produtora de néctar e pólen e a árvore não deve faltar nos quintais e na arborização urbana pois seus frutos atraem e alimentam dezenas de espécies de pássaros. Os frutos são utilizados em geléias sucos e marmeladas. Suas folhas podem ser bons inseticidas. Sua madeira é empregada na confecção de ferramentas e instrumentos agrícolas.
JACARATIA ESPINHOSA
Jacaratia spinosa
FAMÍLIA DAS CARICACEAS
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Árvore |
Fruto |
Flor feminina |
Flor masculina |
Nome: Jaracatiá, vem do Tupi e significa “Fruta da árvore do talo ou tronco mole”. Também é chamado de mamão bravo, mamão de espinho, mamãozinho, barrigudo, bananinha, chamburú, aracatiá.
Origem: Ocorre em matas de altitude da mata atlântica e mata de galeria dos cerrados desde Minas gerais ao Rio Grande do Sul. Argentina, Paraguai e Cordilheira dos Andes.
Características: Árvore de grande porte, atingindo 20 m na floresta, mais quando cultivada não ultrapassa ao 7m de altura, tem copa é rala e cônica. O fruto é uma baga piriforme com polpa cremosa, densa e com suco leitoso, envolvendo muitas sementes marrons e pequenas.
Dicas para cultivo: É de crescimento rápido, atingindo 2 m de altura no 1º ano de plantio no campo, nesse período as brotações podem ser queimadas com geadas inferiores a 0ºC, mais a planta não morre, rebrotando vigorosamente na primavera. A planta aprecia terrenos porosos e ricos em matéria orgânica, com pH entre 5,0 a 6,5, reage bem com boas regas no 1º ano de plantio, resistindo bem a secas. A planta cresce em altitudes variando de 100 a 1.200 m acima do nível do mar, onde a precipitações de chuvas anuais fica entre 900 a 2.200 mm anuais. Recomenda-se plantar pelo menos 3 árvores para que ocorra polinização cruzada e uma boa produção dos frutos que varia entre 100 a 800 frutos por planta.
Mudas: As sementes são pequenas e conservam o poder germinativo por mais de 1 ano se estiverem secas, limpas e forem armazenadas em frascos escuros. Semear em jardineiras contendo substrato rico em matéria orgânica. A germinação se dá em 30 a 40 dias e as plântulas são transplantadas para embalagens individuais quando estiverem com 10 a 15 cm. As mudas crescem rápido atingindo 40 cm com 5 a 6 meses após o plantio. A multiplicação por estacas lenhosas com diâmetro superior a 3,5 cm pode ser feita em estufas com alta temperatura e umidade.
Plantando: Cultivar em pleno sol, misturar com os 30 cm de terra iniciais do solo 4 ou 5 pás de esterco bem curtido e 1kg de cinza de madeira. A melhor época do plantio é de outubro a novembro e após o plantio irrigar a planta com 10 l de água a cada 15 dias se não chover, fazendo isso no 1º ano.
Cultivando: A planta não requer podas, apenas se deve observar se os galhos não estão cruzados ou doentes sendo necessário podar apenas esses. A adubação com composto orgânico é suficiente, pode ser 4 pás de cama de frango bem curtida composto orgânico, dobrando essa quantia até o 3º ano após o plantio, distribuindo-os em círculos a 40 cm de distância do tronco.
Usos: Frutifica a partir do 3º ou 4º ano de plantio, em terrenos férteis, amadurecem de janeiro a março. O fruto tem polpa amarelo alaranjada, lembram o sabor do maracujá e da manga, contem látex que queima a língua e os lábios de algumas pessoas sensíveis. Por isso colha os frutos totalmente amarelos e deixe-os chegar por 1 semana, assim o efeito cáustico acaba. Outra forma deliciosa de comer os frutos é assar na brasa como os índios faziam. Também podem ser usados para fabricar sucos e doces. O tronco é usado para fazer um doce semelhante a cocada, e por isso a árvore está ficando mais rara pois as pessoas sacrificam a árvore para fazer o doce e nunca plantam nada.
GUANANDI
Calophyllum brasiliensis
FAMILIA DAS CALOPHYLLACEAS
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Árvore |
Flor |
Fruto / Semente |
Nome: GUANANDÍ vem do tupi guarani e significa “Fruta com goma grudenta”. Também recebe os nomes de manguinha do brejo, olandim, landim, jacareúba, fruta garapa (porque com a polpa carnosa se faz um suco que fica com gosto semelhante ao caldo de cana), mangue e mogno do brejo.
Origem: Ocorre sempre em áreas brejosas ou na cabeceira de vertentes presentes em diversos ambientes da floresta pluvial atlântica, e na floresta semidecidua desde a região amazônica até o estado de Santa Catarina, Brasil.
Características: Árvore de grande porte medindo entre 10 a 20 m de altura (mais quando cultivada em áreas brejosas não ultrapassa os 10 m), o tronco é reto e retilíneo com casca suberosa fissurada e fendida, deixando exsudar goma pegajosa quando ferida. As folhas são facilmente identificadas por se observar o dorso com nervuras peninérveas (como penas, bem juntinhas e paralelas), as flores são brancas, com 4 pétalas voltadas para baixo e estames amarelados, frutos são drupa, polpa amarelo esverdeada, envolvendo 1 semente globosa.
Dicas para cultivo: Como essa planta só é encontrada na natureza em terrenos férteis e úmidos ou mesmo em banhados com parte das raízes submersa na argila, recomenda-se plantar em áreas brejosas, em cabeceiras de nascentes ou na beirada de rios, porém essa espécie pode ser cultivada em clima tropical e subtropical. Adapta-se a qualquer altitude e solo, mais é necessário enriquecer bastante o solo com matéria orgânica e cobertura morta.
Mudas: As sementes são duras e globosas, com casca muito dura e de coloração creme. Devem ser plantadas logo que colhidas em substrato rico em matéria orgânica e que conservem a umidade. As sementes podem ser semeadas em jardineiras. As plântulas são transplantadas para embalagem individuais quando estiverem com 10 cm, devendo ficar em ambiente sombreado por 30 a 60 dias até o completo pegamento. Quando frescas germinam em 45 a 90 dias. A muda tem crescimento moderado, atingindo 30 a 40 cm com 8 a 10 meses após a germinação.
Plantando: Podem ser plantados em todo o Brasil, em qualquer altitude e em solos que conservem bem a umidade, (até em solos brejosos e em lugares onde haja enchentes periódicas), apreciando pH de 4,7 a 5,7. A planta resiste a geadas de até -3°C e a secas de até 5 meses sem chuva. No pomar planta-se no espaçamento 5x5 m. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e ser preparadas, adicionando 5 a 6 pás de matéria orgânica, 2 pás de areia argilosa e 1 kg de cinzas. A melhor época de plantio é de setembro a novembro, e após o plantio irrigar com 15 l de água por semana nos primeiros 3 meses, depois, somente quando não tiver chovido por 30 dias.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação, e eliminar os galhos malformados ou nascerem para dentro da copa, permitindo que aja espaço entre os galhos do meio para penetração do sol. Adubar com 3 a 4 pás de composto orgânico dobrando essa quantia a cada ano até o 3ª ano. Sempre manter capim seco ou qualquer tipo de cobertura morta a fim de manter umidade constante.
Usos: Frutifica a partir de 5 a 6 anos de idade, nos meses de fevereiro a maio. Os frutos são consumidos principalmente na forma de sucos, que fica parecido com garapa ou caldo de cana. E com a polpa extraída se pode fabricar pudins, geléias e sorvetes muito saborosos. Os frutos bem maduros podem ser consumidos in natura e são ótimos para alimentar diversas espécies de animais silvestres. As flores têm grande potencial apícola e a árvore é a mais promissora para ser plantada na recuperação de minas e nascentes. Normalmente se utiliza essa espécie em reflorestamentos comerciais para extração de madeira que é de qualidade idêntica ao mogno.
TARUMÃ
Vitex montevidensis
FAMÍLIA DAS LAMIACEAS
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nome: TARUMÃ vem do tupi guarani e significa “Fruta escura de fazer vinho”. Também recebe os nomes de azeitona brava, azeitona do mato, cinco folhas, copiúba, grataúba, sombra de touro, tapinhoan, e tarumã do mato.
Origem: Nativa da floresta atlântica e seus vários biomas, ocorrendo desde o estado da Bahia até o rio Grande do Sul e em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, aparecendo também na Argentina.
Características: A árvore de médio porte medindo de 4 a 12 m quando isolada e no meio da floresta chega a 20 m de altura. A copa tem forma de taça e é pouco arredondada nas bordas, o tronco é reto e mede de 30 a 60 cm de diâmetro, folhagem verde escura, flores lilás.
Dicas para cultivo: Árvore de grande rusticidade, adaptando-se a solos ácidos de terrenos vermelhos ou arenosos que drenem bem a água, embora a planta tolere alguma umidade, pois habita as matas de galeria onde a altitude varia de 200 a 1.600 m acima do nível do mar.
Mudas: As sementes são cilíndricas e ortodoxas (com casca dura e conservam o poder germinativo por mais de 1 ano). Podem ser plantadas em canteiros ou colocando 2 sementes diretamente em embalagens individuais contendo substrato feito de 40% de terra vermelha, 20% de areia de cio e 40% de matéria orgânica curtida. Deixar os saquinhos em ambiente com aproximadamente 30% de sombra; a taxa de germinação é inferior a 80% e ocorre em 40 a 80 dias, dependendo das condições climáticas. O desenvolvimento das plantas é rápido atingindo 40 cm com 7 a 8 meses após a germinação. A floração ocorre entre os meses de outubro a dezembro. A multiplicação vegetativa por pedaços da raiz ou estacas tratadas com hormônio enraizador é possível; diminuindo o tempo para frutificação para 2 anos, enquanto que mudas oriundas de sementes só frutificam a partir do 5º ano. Frutifica nos meses de fevereiro a abril.
Plantando: Pode ser plantada a pleno sol como em bosques com árvores grandes bem espaçadas. Recomendo o espaçamento de 3x3 m para reflorestamento ou espaçamento de 6x6 m para pomar doméstico; cova com 50 cm nas 3 dimensões e adicione aos 30 cm de terra iniciais 1 kg de cinzas e 7 a 8 pás de matéria orgânica. A melhor época de plantio vai de abril a setembro. Irrigar a cada 15 dias nos primeiros 3 meses, depois somente se faltar água na época da florada.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco ou os voltados para baixo ou os que se cruzarem com outros. Adubar nos meses de setembro ou outubro com composto orgânico, pode ser 4 a 6 pás de cama de frango bem curtida, dobrando essa quantia a cada ano até o 3ª ano.
Usos: Os frutos são comestíveis e adocicados com um sabor inigualável deixando a boca com o gosto característico e apetitoso, deixando a vontade de comer mais. Os frutos servem para fazer ótimo vinho, assim como o nome popular e cientifico indicam; também servem para fabricação de licor. Estes podem ser empregados na fabricação de doces e geléias utilizadas em coberturas de bolos, recheios de chocolates e outras iguarias. Quando despolpados e batidos no liquidificador com laranja ou tangerina, produzem um suco refrescante e delicioso. A árvore do Tarumã é bastante ornamental e podem ser utilizadas em paisagismo de praças, jardins públicos e avenidas. Por ser indiferente as características do solo, servem muito bem para o reflorestamento de áreas degradadas e de reflorestamentos mistos para preservação permanente e alimentação de diversas espécies de animais, principalmente macacos, maritacas e outros psitacídeos que são os principais dispersores das sementes.
CAMBUCÁ
Plinia edulis
FAMÍLIA DAS MYRTACEAS
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Sementes |
Nome: CAMBUCÁ vem do tupi-guarani e significa “fruta de mamar ou chupar”, porque a polpa precisa ser sugada da casca. Também recebe o nome de cambucaba, cambricó e cambicá.
Origem: Endêmica da região da mata Atlântica litorânea dos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. A planta é rara mesmo na natureza e ocorre apenas nas várzeas aluviais e encostas úmidas quase que exclusivamente no interior da mata preservada.
Características: Árvore bela e frondosa de médio porte medindo de 5 a 10 m quando cultivada e até 20 m na floresta primaria. A copa é arredondada ou cônica quando jovem, tornando mais ampla a medida que envelhece, mantendo-se sempre densa. O troco é liso com 25 a 40 cm de diâmetro e geralmente bifurca-se desde o solo. As flores nascem aglomeradas nos nós dos ramos em grupos de 3 a 8 flores, que quando abertas medem 1,2 cm de diâmetro. O fruto é uma baga subglobosa, medindo 3 a 6 cm de diâmetro por 2 a 3 cm de altura com peso de 20 a 36 gramas. A polpa é amarela alaranjada e perfaz 50% do fruto, esta é doce e acidulada e envolve 1 ou 2 sementes roxas de 2 a 2,5 cm um pouco achatada.
Dicas para cultivo: Árvore de crescimento lento, mais de fácil cultivo, podendo ser plantada em todo o Brasil. A planta prefere climas chuvosos, mais é resiste a baixas temperaturas até -4°C, vegeta bem em altitudes superiores a 500 m, embora frutifique no nível do mar no litoral onde o clima é quente e chuvoso. O solo deve ser profundo, úmido, pH entre 5,0 a 6,5, com constituição arenosa ou argilosa (solo vermelho). É preciso plantas no mínimo 2 plantas para uma melhor produção. O Cambucá é muito exigente a água.
Mudas: Sementes arredondadas, grandes, roxas e recalcitrantes (perde o poder germinativo em 20 dias) e germinam em 40 a 120 dias se plantadas logo que colhidas e diretamente em saquinhos individuais contendo substrato organo-argiloso. As mudas crescem lentamente, apreciam ambiente sombreado para formação e atingem 30 cm com 8 a 10 meses após a germinação. A frutificação inicia-se com 8 a 11 anos para variedade com tronco vermelho e demora 20 anos para variedade de tronco creme.
Plantando: Pode ser plantada a pleno sol como em bosques com árvores grandes bem espaçadas. Espaçamento 6x6 m, covas com 50 cm nas 3 dimensões, adicionar aos 30 cm de terra iniciais tirado do buraco cerca de 1 kg de cinzas e 7 a 8 pás de matéria orgânica. A melhor época de plantio é nos meses de novembro a dezembro. Irrigar a cada 15 dias nos primeiros 3 meses se faltar água. Caso o clima seja pouco chuvoso providenciar uma mangueira com gotejamento nas épocas em que não chove e principalmente na época da florada em outubro, e frutificação entre os meses de janeiro a março.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco ou estiverem cruzando a copa interior que precisa estar bem arejada para frutificar. É importante manter a coroa ou pé da planta com bastante folhas ou capim seco para manter a umidade.
Usos: Frutifica nos meses de janeiro a março. Os frutos têm sabor que lembra o mamão papaia e a manga juntos, sendo ideais para o consumo in-natura. A árvore tem belo efeito ornamental por causa da copa densa e piramidal. As flores são apícolas e essa espécie não pode faltar em projetos de reflorestamentos para a recuperação de matas ciliares, áreas degradadas de preservação permanente e poleiro para dispersores de sementes.
JUÇARA
Euterpe edulis
FAMILIA DAS ARECACEAE
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Árvore |
Raíz |
Fruto |
Nome: JUÇARA vem do tupi guarani e significa “O que dá farpas ou lascas” isso devido a formação do tronco. Também chamada de içara, palmito doce, palmito branco e açaí da Mata Atlântica.
Origem: É encontrado em terras úmidas ou brejosas de diversas formações da Mata Atlântica Brasileira, aparecendo principalmente na região sudeste e Sul do Brasil.
Observação: A espécie é amplamente distribuída geograficamente, apresenta grande abundância na área de ocorrência, curto ciclo de vida, posicionamento no estrato médio da floresta, forte interação com a fauna e comercialização garantida. O uso dos frutos valoriza a sobrevivência das palmeiras. Já o corte de palmito, inevitavelmente, aumenta a mortalidade.
Características: Árvore de médio porte chegando a 20 m de altura e 30 cm de diâmetro, com tronco liso e reto, tendo coloração esverdeada na faze juvenil passando a ter cor cinza esbranquiçada ou pardacento na idade adulta. Na base se pode ver a brotação de raízes avermelhadas e fasciculadas. As folhas são em número de 8 a 15 e são pinadas, medindo 1,5 a 2,5 m de comprimento. Cada folha tem 65 a 72 pares de pinas ou folíolos distribuídos ao longo da raque (coluna central). A inflorescência são cachos ramificados que nascem sempre na base do palmito com inúmeros ramos que medem de 20 a 55 cm de onde se distribuem flores. Os frutos são drupas esféricas de 7 a 12 mm de diâmetro, com fina camada de polpa meio oleosa e açucarada que envolve uma semente esbranquiçada.
Dicas para cultivo: Planta subtropical, resiste a solos encharcados, podendo as raízes ficarem submersas por mais de 1 mês. Também é resistente a geadas de até -3°C, pode ser cultivada em todo o Brasil, em qualquer altitude; adapta-se a qualquer tipo de solo que seja profundo, rico em matéria orgânica e conserve boa umidade. Pode ser plantada a pleno sol ou preferencialmente na sombra de árvores grandes.
Mudas: As sementes são redondas e recobertas por uma fina camada de fibras. As mesmas devem ser plantadas em no máximo 30 dias após colhidas. Devem ser semeadas em canteiros com 50% de matéria orgânica. Germinam em 40 a 60 dias com 90% de germinação. As plântulas devem ser transferidas para embalagens individuais com 10 cm de altura e devem ser cultivadas na sombra. As mudas atingem 40 cm com 12 meses após a germinação. Floresce entre setembro e dezembro. A frutificação inicia-se com 6 a 9 anos, dependendo do solo e tratos culturais, nos meses de abril a agosto.
Plantando: No pomar planta-se num espaçamento de 2x3 m, após o plantio irrigar com 10 l de água por semana nos primeiros 2 meses. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém adicionar aos 30 cm da superfície 8 pás de matéria orgânica bem curtida, 1 kg de cinzas, 200g de torta de mamona. O plantio deve ser feito a partir de outubro.
Cultivando: Fazer apenas podas de limpeza e eliminar as folhas secas que ficam presas ao caule. Adubar com composto orgânico, pode ser 5 kg de cama de frango bem curtida dobrando essa quantia a cada ano até o 3ª ano.
Usos: O melhor método de aproveitar os frutos de juçara é despolpá-los e utilizar a polpa para fazer sucos, sorvetes e molhos. Essa espécie não pode faltar em projetos de reflorestamentos permanentes, visando fornecer alimento para a fauna em geral. A madeira pode ser utilizada para construção civil e rural como como ripas, caibros, escoras de andaimes e calhas para condução de água. Também pode ser usada na produção de celulose e papel. As sementes podem ser utilizadas em ração animal. Quanto a casca do fruto, esta fornece tinta para tingimento de tecidos. A cabeça do estipe, o popular palmito, é mantido em conserva e largamente consumido na alimentação em todo o Brasil. Como a palmeira produz pólen abundante, também pode ser utilizada para produção apícola. As folhas são usadas no artesanato, como ração animal, para coberturas temporárias e forragio. A espécie é ornamental desde pequena e pode ser cultivada em vaso; quando adulta, em jardim. Além disso é recomendada para recomposição de mata ciliar, para locais com inundações de média a longa duração.
FIGUEIRA
Ficus citrifolia
FAMILIA DAS MORÁCEAS
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Árvore |
Frutos |
Frutos maduros |
Nome: GUAPOÍ vem do tupi guarani e significa “árvore que cresce sobre outras”. Também recebe o nome de figueira dos Guaranis, figo-jaboticaba e figueira mata pau.
Origem: Ocorre com certa raridade e baixa frequência em diversas formações florestais desde o estado de Goiás, Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, Brasil. A espécie é comum no Paraguai.
Características: Árvore de médio porte medindo de 4 a 10 de altura com tronco espesso, a copa é globosa e ramificada de 4 a 9 m de diâmetro. As folhas estão concentradas no ápice dos ramos e são simples e quando em brotação tem a cor vermelho metálico com nervuras verdes bem marcadas. Fruto tem 1,5 a 2,5 cm de diâmetro e são achatados nos polos.
Dicas para cultivo: Tem crescimento rápido e pode ser cultivada em todo o Brasil adaptando-se a qualquer tipo de clima onde a temperatura média é de 13°C a 26°C, resistindo a mínimas de até -5°C. Pode ser plantada desde os 5 m acima do nível do mar até 1.650 m de altitude, apreciando índices de chuvas que variam de 770 a 2.500 mm anuais e bem distribuídos. Aprecia qualquer tipo de solo que seja profundo e tenha boa retenção de umidade. Ela vai bem sobre terrenos arenosos na beira de rios e em latossolo (terra vermelha) e o pH entre 5,5 e 6,7. Floresce no inverno e primavera e começa a frutificar com 3 a 4 anos, nos meses de dezembro a janeiro.
Mudas: As sementes são pequeninas e os frutos apodrecidos devem ser espalhados na superfície de jardineira e coberta com fina camada de matéria orgânica peneirada. A germinação ocorre em 30 a 40 dias e é quase total e as plântulas são transplantadas para saquinhos individuais quando tiverem 10 cm de altura e o substrato deve estar úmido, e após replantadas as mudas devem ficar em plena sombra e ser irrigadas diariamente por mais ou menos 1 mês. Depois as mudas já podem ficar sob sol pleno quando em mais ou menos 6 meses atingirão 30 a 40 cm de altura. O composto utilizado para os sacos individuais, deve ser feito com 50% de matéria orgânica bem curtida, 20 % de areia e 30% de terra. Após a germinação as plântulas devem ser cobertas e protegidas com uma telinha fina para evitar o ataque de insetos e lesmas que podem devorar todas as plantas recém nascidas.
Plantando: A melhor época do plantio é nos meses de setembro a novembro. Plantar no espaçamento de 6x6 m entre plantas, abrindo covas com dimensões de 50 cm nas 3 dimensões. O preparo se inicia reservando os 30 cm de terra da superfície para ser misturada com 6 pás de esterco bem curtido e 600g de cinzas. Após a mistura estar homogenia, volta-se a terra no buraco e deixa curtir por 2 meses. Irrigar generosamente uma vez por semana nos primeiros 2 meses e depois somente quando faltar umidade.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco. Adubar com composto orgânico, pode ser 6kg composto orgânico dobrando essa quantia a cada ano até o 3ª ano, depois manter essa adubação. A irrigação na época de floração e frutificação aumenta consideravelmente a produtividade e qualidade dos frutos.
Usos: Os frutos podem ser consumidos in-natura; mais são ideais mesmo para serem apanhados ainda verdolengos para produzir um excelente doce em cauda. A árvore não deve faltar nos projetos de reflorestamento, pois seus frutos atraem e alimentam dezenas de espécies de pássaros e animais.
OLHO DE CABRA
Ormosia arborea
FAMÍLIA FABACEAE
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Árvore |
Flores |
Fruto e Sementes |
Nome: Angelim Ripa, Coronha, Olho de Boi, Pau Ripa, Pau de Santo Inácio
Origem: É uma espécie nativa e endêmica do Brasil. Ocorre no Cerrado e na Mata Atlântica nos Estados da BA, GO, ES, MG, RJ e SP.
Características: Árvore de médio porte, medindo de 15 a 20 m de altura, em geral bem copada, a não ser quando ocorre no meio da mata fechada. Folhas compostas pinadas, 11 folíolos duros, de 15 cm. Floração rosa e roxa em cachos. Fruto vagem curta de 6 cm, com 1 a 3 sementes. A semente tem 1,5 cm é muito bonita, em duas cores, vermelho e preto. Para germinar é preciso quebrar a dormência, por ser muito dura.
Dicas para cultivo: É uma espécie que pode ser considerada secundária tardia ou clímax. O olho-de-cabra pode perder parte de suas folhas em determinada época do ano, ou mantê-las, dependendo das condições onde se encontra. Prefere solos enxutos, topos de morros ou encostas íngremes e possui crescimento lento. Produz grande quantidade de sementes viáveis por ano e é recomendada para plantios mistos de recomposição da vegetação em áreas degradadas e de preservação permanente.
Mudas: Colher frutos na árvore quando inicia abertura (sementes vermelhas visíveis), entre os meses de setembro a março, levar ao sol e completar abertura e liberação das sementes. Escarificar sementes mecanicamente para maximizar germinação; semear em canteiro semisombreado com substrato organo-argiloso; cobrir com leve camada de substrato peneirado; emergência entre 20 e 50 dias; taxa de germinação superior a 50%; pronta para plantio de 8 a 10 meses; atinge cerca de 2,5 m aos 2 anos. Regar 2 vezes ao dia, (manhã e tarde, para acelerar o processo de germinação). O solo deverá ser de boa qualidade. Manter os saquinhos em locais sombreados e a semeadura em canteiros, esses deverão ser feitos em locais protegidos da luz direta do sol.
Plantando: No local definitivo, devem ser abertas covas com 40 cm nas 3 dimensões. Utilize cobertura morta (resto de capina, folhas mortas, casca de pinus ou serragem ao redor da planta) que aumenta a disponibilidade de água e ajuda no seu desenvolvimento. As sementes germinam em até 35 dias (se efetuada quebra de dormência corretamente). Floresce em outubro e novembro e os frutos amadurecem em setembro e outubro e permanecem na árvore por muitos meses.
Usos: Ornamental e com ótima sombra, é indicada para arborização de ruas e avenidas e recomposição de APP’s, o único problema é o desenvolvimento lento de suas mudas. Madeira antigamente muito utilizada na confecção de móveis finos. A semente é utilizada em decoração, joias e enfeites.
MARICÁ
Mimosa bimucronata
FAMILIA FABACEAE
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Árvore |
Flores |
Fruto e Sementes |
Nome: O maricá, nome provém do Tupi e quer dizer “espinheiro”, também chamado espinho-de-maricá, espinheira, espinho-de-cerca e espinho-roxo.
Origem: No Brasil ocorre nos Estados do MA, CE, BA, AL, GO, MS, MG, ES, SO, RJ, PR, SC e RS. É uma árvore nativa encontrada em área de Cerrado e Mata Atlântica, mas não é endêmica do nosso país.
Características: Árvore com cerca de 3 a 15 m de altura e troncos tortuosos, que são bastante ramificados e podem variar de 10 a 40 cm de diâmetro. Sua casca é fissurada, de cor cinza e com espinhos. As folhas possuem folíolos bem pequenos e numerosos, de cor verde brilhante. As inflorescências também são pequenas de cor branca, arredondadas e bastante perfumadas. Os frutos são escuros em forma de vagem achatada e que se desprendem aos poucos.
Dicas para cultivo: É uma espécie pioneira e boa para recuperação de áreas alagadas e sujeitas a inundação, mas também pode ser cultivada em áreas drenadas ou pedregosas e tolera locais muito ensolarados. O desenvolvimento das mudas após o plantio é bastante rápido. O maricá possui associação com bactérias que fixam nitrogênio no solo, elemento fundamental para o crescimento de outras plantas e para a recuperação de áreas degradadas. Pode ser considerada invasora em certos lugares, fugindo ao cultivo e infestando pastagens e beiras de estrada.
Mudas: Colher os frutos diretamente da árvore, quando mudam da coloração vermelho-tijolo para marrom-escura. A semente deve ser extraída manualmente do fruto. Apresenta dormência tegumentar, sendo recomendada imersão em água quente fora do aquecimento, deixando-as em repouso na mesma água por 18h, ou escarificação por pequeno corte com alicate na porção oposta ao eixo embrionário. Semear em sementeiras, germinação com início entre 7 a 37 dias, com poder germinativo de 70%. As mudas atingem dimensões adequadas para repicagem com 1 a 2 semanas e para plantio cerca de 4 meses após a semeadura. As mudas devem ser plantadas a pleno sol.
Plantando: O plantio pode ser feito em canteiros diretamente ou em embalagem plástica. Orienta-se a utilização de substrato ou terra vegetal, coloca-se de 2 a 3 sementes por cova. Após o semeio, cubra com terra superficialmente. Irrigar no mínimo 2 vezes ao dia. Floresce de janeiro a março. As flores são melíferas e importantes fornecedoras de pólen e néctar para as abelhas, que são suas principais polinizadoras. Frutifica de abril a junho. Os frutos são dispersos quando pedaços contendo as sementes se desprendem e caem.
Usos: A madeira é usada na carpintaria, marcenaria, mourões e como fonte de energia (lenha e carvão). A planta ainda apresenta alto teor de celulose, potencial apícola e é utilizada na medicina popular. Muito cultivada no sul do país como cerva viva defensiva em divisas de propriedades, principalmente em terrenos brejosos. Muito florífera e ornamental, com flores perfumadas e apícolas.
PAU-BRASIL
Caesalpinia echinata
FAMILIA FABACEAE
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Árvore |
Flores |
Fruto e Sementes |
Nome: Arabutã, Brasilete, Árvore-do-Brasil, Ibirapitanga, Ibiripitinga, Imirá-Piranga, Muirapiranga, Orabutã, Pau-Pernambuco, Pau-Rosado, Pau-Vermelho e Sapão.
Origem: Distribui-se no litoral, entre os estados do Ceará ao Rio de Janeiro na floresta pluvial Atlântica, sendo particularmente frequente no sul da Bahia.
Características: Espécie arbórea com até 12 m de altura e 40 a 70 cm de diâmetro. Relatos da literatura indicam que, no passado, chegava a ter até 30 m de altura. Planta espinhenta com folhas compostas bipinadas de 10-15 cm de comprimento, 5-6 pares de pinas de 8-14 cm de comprimento; folíolos em número de 6-10 pares por pina, com 1-2 cm de comprimento. A floração é amarela, com tons avermelhados. Planta semidecídua característica da floresta pluvial atlântica. Ocorre preferencialmente em terrenos secos e inexiste na cordilheira marítima. É típica do interior da floresta primária densa, sendo rara nas formações secundárias. Espécie clímax, encontra se na lista de espécies ameaçadas de extinção, na categoria vulnerável.
Dicas para cultivo: Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica e muito bem drenado. Durante o primeiro ano recomenda-se a proteção da muda, em local semi-sombreado. Adubações anuais estimulam uma intensa floração. Multiplica-se por sementes, que germinam com facilidade, não sendo necessária a quebra de dormência.
Mudas: Após a floração, que ocorre na primavera, surgem os frutos do tipo vagem, deiscentes, recobertos por numerosos acúleos e carregam de 1 a 5 sementes marrons e discóides. As sementes de Pau-brasil não apresentam dormência, isso significa que não há necessidade de tratamento especial para que germinem, porém, deixar de molho em água fria por 24h irá acelerar o processo de germinação. Pode plantar direto na terra (enterradas a 1cm mais ou menos) ou em algum substrato, como vermiculita, e depois plantar as mudas na terra. O ideal é plantar as mudas em local sombreado. Tem crescimento demorado, com 2 anos a árvore atingirá 2,5 m de altura.
Plantando: Floração ocorre a partir do final do mês de setembro, prolongando-se até meados de outubro. A maturação dos frutos ocorre nos meses de novembro a janeiro.
Usos: Madeira muito pesada, dura, compacta, bastante resistente, de textura fina, incorruptível, com alburno pouco espesso e diferenciado do cerne. Empregada somente para confecção de arcos de violino. Outrora foi muito utilizada na construção civil e naval e, trabalhos de torno. Entretanto, seu principal valor residia na produção de um princípio colorante denominado "brasileína", extraído do lenho, usado para tingir tecidos e fabricar tinta de escrever. A exploração do Pau Brasil intensa gerou muita riqueza ao reino e caracterizou um período econômico de nossa história, que estimulou a adoção do nome "Brasil" ao nosso país. Bastante utilizado em projetos paisagísticos, devido à sua beleza plástica.
PAU-FERRO
Caesalpinia ferrea
FAMILIA FABACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nomes: Popularmente é chamada de Jucá, Pau Ferro do Ceará, Jucaína, Jucá, Ibirá-Obi, Jacá, Imirá Itá, Icainha, Muire Itá e Muiarobi dependendo da localidade onde é cultivada.
Origem: Originalmente brasileira, ocorre do sudeste ao nordeste do Brasil, nas florestas pluviais de encosta atlântica (floresta ombrófila densa).
Características: A copa é arredondada e ampla, com cerca de 6 a 12 m de diâmetro. O porte é imponente, atingindo de 20 a 30 m de altura. O tronco apresenta 50 a 80 cm de diâmetro. Ele é claro, marmorizado, liso e descamante, o que lhe confere em efeito decorativo interessante. As folhas são compostas bipinadas, de cor verde-escura. As flores são amarelas, pequenas, e de importância ornamental secundária. Os frutos são vagens secas, duras e resistentes, com sementes duras, preta e arredondada, parecendo um feijão, com média de 1 cm de comprimento. Parte dos frutos cai, enquanto que uma boa parte ainda permanece na planta, formando um banco de sementes aéreo.
Dicas para cultivo: Os frutos devem ser colhidos da árvore, quando escurecerem ou do chão, quando caírem. Secá-los ao sol e auxiliar a quebra das consistentes vagens para a liberação das sementes. Prefere solos úmidos, profundos, boa drenagem e textura argilosa.
Mudas: Obtidas as sementes riscar a superfície das sementes para quebra da dormência. Em seguida, plantar em canteiros semissombreados. Irrigar 2 vezes ao dia o canteiro. A emergência ocorre em 20-30 dias, com taxa de germinação superior a 70%. Neste estágio não toleram temperaturas muito baixas. Semeaduras de julho a setembro. Transplante as mudas para embalagens individuais quando com 4 a 6 cm. Em local de plantio definitivo, a planta desenvolve-se rapidamente, atingindo 4 m aos 2 anos.
Plantando: Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente no primeiro ano após o transplante das mudas. A floração ocorre de novembro até fevereiro e a maturação dos frutos ocorre entre os meses de julho e janeiro.
Usos: O pau-ferro é muito visado para o paisagismo por suas características ornamentais e de sombreamento. Apesar do porte, não possui raízes agressivas, o que é um fator importante de eleição para arborização urbana. Deve-se evitar, no entanto, o plantio em calçadas, sob fiação elétrica, e em locais de transito intenso de pessoas e carros, pois os ramos tendem a quebrar e cair em tempestades, oferecendo perigo. Como o próprio nome já diz, o pau-ferro possui madeira dura, densa, durável e resistente, de excelente qualidade para a fabricação de violões e violinos, e para construção civil, na construção de vigas, esteios, caibros, etc. Seu crescimento é rápido, principalmente nos primeiros anos. Em recuperação de áreas degradadas, o pau-ferro também é uma excelente escolha, por crescer bem em áreas abertas. Sua casca é muito usada na medicina popular, tendo propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, anticancerígenas e antiúlceras.
SIBIPIRUNA
Caesalpinia pluviosa
FAMILIA FABACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos e Sementes |
Nomes: Sibipiruna, pau brasil, sibipira, sepipiruna, coração de negro.
Origem: A espécie é nativa, mas não endêmica do Brasil, onde ocorre nos estados do PA, MT, MS, PB, PE, BA, MG, ES, RJ e PR. Ocorre em todos os biomas, exceto no Pampa.
Características: Espécie arbórea de porte grande, com altura entre 8 e 16 m e tronco de 30 a 40 cm de diâmetro, revestido por casca com escamosa. As folhas são alternas, compostas bipinadas, as flores são reunidas em inflorescências de coloração amarela e os frutos são vagens que quando maduras rompem-se por torção em deiscência explosiva arremessando de 1 a 5 sementes, de coloração amarelo-esverdeado, com testa dura e muito rígida, clara, grossa ou sem albúmen. Podem viver mais de 100 anos.
Dicas para cultivo: Planta semidecídua indiferente às condições físicas do solo, característica da mata pluvial atlântica. Ocorre tanto no interior da mata primária como em formações abertas. O cultivo deve ser realizado em condição de sol pleno com regas constantes enquanto a muda for jovem. Uma vez estabelecida, as regas só devem ser realizadas em ocasiões de secas prolongadas. Para uma boa formação do fuste o ideal é efetuar podas: a poda de condução é importante pois propicia a retirada de brotações laterais e galhos malformados, além de permitir a arejamento e entrada de luz na copa, prevenindo problemas fitossanitários.
Mudas: A propagação é feita através de sementes, obtidas de frutos colhidos diretamente das árvores, quando iniciarem a abertura espontânea. Para facilitar a remoção das sementes, pode-se deixá-los expostos ao sol até sua completa secagem. A germinação pode ser feita em canteiros ou em recipientes individuais, próprios para este fim, contendo substrato argilo-arenoso. A sementeira deve ficar em ambiente semi-sombreado, com duas irrigações diárias. A emergência ocorre entre o 10º ao 15º dia e a taxa de germinação é superior a 60% para sementes recém colhidas. As mudas ficam prontas para o plantio definitivo em 4 a 5 meses e o crescimento em campo é um pouco lento.
Plantando A floração ocorre entre os meses de agosto e novembro. Os frutos amadurecem no período de julho-setembro. O plantio requer covas com dimensões aproximadas de 40x40 cm. Na terra retirada da cova é importante misturar adubo orgânico curtido, depositando-se a quantidade sobre a projeção da copa da planta, nunca junto ao caule, pois poderá causar queima do colo e morte da planta.
Usos: A árvore apresenta copa bastante ornamental, sendo atualmente uma das essências nativas mais cultivadas na arborização de ruas nas cidades da região sudeste do país. É indicada para plantios mistos em áreas degradadas de preservação permanente. Além de ornamentar passeios públicos, a madeira da sibipiruna tem várias aplicações práticas, sendo usada tanto na construção civil (para a confecção de ripas e caibros) como na estrutura de móveis e caixotaria, pois é bastante resistente.
CEDRO ROSA
Cedrela fissilis
FAMILIA FABACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos e Sementes |
Nomes populares: acaiacá, acaiacatinga, acajá-catinga, acajatinga, acaju, acaju-caatinga, capiúva, cedrinho, cedro-amarelo, cedro-batata, cedro-branco, cedro-fofo, cedro-rosado, cedro-de-carangola, cedro-do-rio, cedro-cetim, cedro-diamantina, cedro-rosa, cedro-roxo, cedro-verdadeiro, cedro-vermelho, cedro-da-bahia, cedro-da-várzea, cedro-do-campao, iacaiacá.
Origem: O cedro possui distribuição ampla no território brasileiro, Pará ao Rio Grande do Sul. Ocorre em altitudes de 5 a 1.800 metros.
Características: Espécie arbórea de grande porte, com altura de 8 a 35 m e tronco com até 90 cm de diâmetro. Folhas alternas, espiraladas, compostas pinadas, com folíolos oval-lanceolados de até 18 cm de comprimento. As flores são brancas, com tons levemente esverdeados e ápice rosado; também são pequenas, agrupadas em tirsos axilares de 30 cm, na média, sendo que as masculinas são mais alongadas que as femininas. Os frutos são cápsulas em forma de pêras, deiscentes, liberando as sementes quando maduro.
Dicas para cultivo: Ocorre em solos profundos e úmidos, de textura argilosa a areno-argilosa, e bem drenados. Não se desenvolve adequadamente em solos mal drenados, rasos ou com lençol freático superficial. Apresenta crescimento pouco afetado em solos contaminados por metais pesados.
Mudas: Colhe-se os frutos 2 ou 3 semanas antes da deiscência natural, pois as sementes são aladas e dispersas pelo vento. O período ideal para colheita é verificado pela coloração do fruto, que passa de verde para marrom-clara, que indica a maturidade fisiológica da semente; esse período ocorre entre 30 e 32 semanas após a antese. Após a colheita, os frutos são levados para local seco e ventilado para completar a deiscência e a liberação das sementes é feita agitando-se os frutos. As sementes de cedro não apresentam dormência e podem ser armazenadas a frio, conservando-se o poder germinativo por dois anos. A produção de mudas pode ser feita em sementeiras, para posterior repicagem, ou diretamente em recipientes (tubetes de 200 cm³ ou sacos de polietileno) contendo substrato rico em matéria orgânica, semeando-se duas sementes por recipiente. O poder germinativo das sementes geralmente ultrapassa 80% e a germinação ocorre entre 12 e 18 dias após a semeadura.
Plantando: O plantio puro a pleno sol, como exposto anteriormente, é impraticável devido os ataques da broca-do-cedro. A isso soma-se que as maiores produtividades são verificadas em condições mais sombreadas. Assim, são mais vantajosos os plantios mistos, porém evitando-se ultrapassar a densidade de 100 indivíduos por hectare. Apesar do crescimento relativamente rápido, a floração e a frutificação, que se iniciam entre 10 e 15 anos após o plantio. De setembro a janeiro ocorre a floração em São Paulo. A frutificação ocorre de junho a setembro, em São Paulo.
Usos: A madeira serrada ou roliça pode ser usada para construção civil, naval e aeronáutica, movelaria, marcenaria, confecção de instrumentos musicais e esculturas, entre outros. Como lenha, a madeira de cedro é considerada de boa qualidade, porém seu alto valor no mercado torna esse uso inadequado. Da madeira do cedro extrai-se óleo essencial com perfume semelhante ao cedro-do-líbano. Verifica-se também a presença de substâncias tanantes na casca e no lenho. O cedro fornece forragem, pode ser utilizado para produção de mel e, por ser uma espécie ornamental, também pode ser empregada em projetos paisagísticos e arborização urbana, pois é uma espécie importante para recuperação florestal de áreas degradadas e de matas ciliares, onde não ocorrem inundações. Esta essência também é promissora para a recuperação de solos contaminados por metais pesados.
IPÊ AMARELO
Tabebuia serratifolia
FAMILIA BIGNONIACEAE
Árvore |
Flores |
Frutos e Sementes |
Nomes: Em tupi-guarani o nome Tabebuia significa pau ou madeira que flutua e ipê significa árvore de casca grossa. Popularmente conhecida como pau-d’arco-amarelo (PA), piúva-amarela, ipê-ovo-de-macuco (ES), tamurá-tuíra, ipê-pardo, ipê-do-cerrado, ipê-amarelo.
Origem: Muito frequente na região Amazônica e esparso desde o Ceará até São Paulo na floresta pluvial atlântica; na região sul da Bahia e norte do Espírito Santo é um pouco mais frequente que no resto da costa.
Características: Espécie arbórea de grande porte, com altura de 8 a 20 m, com tronco de 60 a 80 cm de diâmetro. Folhas compostas. Flores de coloração amarelo-vivo, despontam quanto está terminando o inverno, fim de julho e agosto. Frutos são finos, cilíndricos, compridos, com muitas sementes aladas.
Dicas para cultivo: Para o plantio abrir uma cova no tamanho 40x40 cm e misture bem a terra retirada, com 20 a 30L de esterco animal bem curtido. Depois pode ser feito adubação de cobertura 4x por ano, coloque sempre na projeção da copa, nunca junto ao caule.
Mudas: Colher os frutos diretamente da árvore quando os primeiros iniciarem a abertura espontânea. Em seguida deixá-los ao sol para completarem a abertura e liberação das sementes. As sementes devem ser postas para germinar logo que colhidas, em canteiros ou embalagens individuais contendo solo argiloso rico em matérias orgânicas. A emergência ocorre em 8 a 10 dias e, a germinação geralmente é abundante. O desenvolvimento das mudas é rápido, ficando prontas para o plantio no local definitivo em menos de 5 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é apenas moderado, alcançando 3 m aos 2 anos. Floresce em média, a partir de 3 anos após o plantio. O processo de reprodução inicia-se quando a árvore atinge 3 anos de idade. Como é uma espécie hermafrodita, o ipê-amarelo necessita de um agente polinizador para se reproduzir. O vento e a abelha mamangava são os principais responsáveis pela dispersão do pólen das flores.
Plantando: Não deve ser plantado sob o sol diretamente, nem em áreas com geadas, apesar de tolerar temperaturas baixas, temperatura média entre 13°C e 23°C. Recomenda-se associar seu cultivo com outras plantas, como jequitibá e cedro. Plante preferencialmente em locais baixos, de solo úmido, profundo, boa drenagem e textura argilosa. Quando a planta ainda for jovem, uma vez estabelecida, só regar no caso de estiagens prolongadas, 1 vez por semana. Não gosta de encharcamento. Realizar poda de formação, eliminando galhos desnecessários e brotos que vão surgindo, de forma a conduzi-la no formato de uma árvore. Floresce durante os meses de agosto a novembro, com a planta totalmente despida da folhagem. Os frutos amadurecem em outubro a dezembro.
Usos: Resistente e durável, a madeira é valorizada para aproveitamento em obras de construção civil e naval. É utilizada como matéria-prima para produção de tacos para assoalho, dormentes, mourões, vigas, eixo de roda de carroçaria, parque e peças de marcenaria e carpintaria. No entanto, devido à grande procura pelos madeireiros, essa condição transformou-se em ameaça à planta. Um meio de preservar a espécie tem sido o aproveitamento de seu plantio em praças e em outros lugares públicos, além de preencher margens de ruas e estradas. Com boa tolerância à poluição urbana, a árvore proporciona um bonito efeito decorativo nas cidades. Ainda é recomendada para reflorestamento e reposição de mata ciliar, desde que o terreno não esteja sujeito a inundações.
URUCUM
Bixa orellana
FAMILIA BIXACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos e Sementes |
Nome: "Urucu" e "urucum" originam-se do tupi, uru'ku, que significa "vermelho", numa referência à cor de seus frutos e sementes. Também conhecido como Urucum, Achicote, Achiote, Achote, Bija, Bixa, Colorau, Orucú, Tintória, Uru-uva, Urucú, Urucú-bravo, Urucú-da-mata, Urucuuba, Urucuzeiro
Origem: Na natureza é uma planta rara de ser encontrada, aparecendo ocasionalmente na floresta pluvial amazônica e também na mata atlântica no estado da Bahia, sempre nas beiras de rios. É uma espécie subespontânea na maior parte do Brasil por ser utilizada pelos índios.
Características: O urucum é muito rústico e pode ser conduzido como arbusto ou árvore, medindo entre 3 e 6 m de altura, podendo alcançar até 9 m. Suas folhas são em formato de coração, com a ponta afilada, glabras, alternadas e sustentadas por longos pecíolos. As inflorescências são compostas de muitas flores brancas, levemente rosadas ou róseas. Os frutos são cápsulas ovóides a globosas, deiscentes e de coloração marrom-avermelhada que encerram numerosas sementes pequenas e ricas em corante vermelho, conhecido como bixina.
Dicas para cultivo: É uma planta resistente adaptada a várias condições climáticas. Alta luminosidade, temperaturas entre 20°C e 30°C, precipitação pluviométrica bem distribuída durante o ano, são condições consideradas excelentes para boa produtividade. Os solos deverão ser de média a alta fertilidade, profundos, bem drenados, com pH em torno de 6,0. Árvore tipicamente tropical, não se adapta a países de clima temperado. Não tolera frio ou geadas. Multiplica-se por sementes e por estaquia.
Mudas: Floresce nos meses mais quentes do ano e a polinização das flores, geralmente é feita pelas vespas mamangavas. A propagação do urucum é feita através de sementes, que poderão ser semeadas em sacos ou também usar o método de semeadura em canteiros, para depois passar as mudas para os sacos. As cápsulas com as sementes deverão ser coletadas completamente maduras e, para uma boa germinação as sementes deverão ser semeadas imediatamente após a sua colheita. Plantar, em média, 3 sementes por recipiente. As sementes deverão ser enterradas no solo a 2 cm de profundidade. A germinação ocorre em menos de 20 dias, depois de 4 meses, já poderão ir para o lugar definitivo. Começa a frutificar com 1 a 2 anos de idade a depender dos tratos culturais, nos meses de agosto a dezembro.
Plantando: A época ideal para o plantio no local definitivo é no início da estação chuvosa. As covas, para plantio das mudas em seus locais definitivos, deverão ser abertas com espaçamentos médio de 6x4 m, com dimensões médias de 40 cm nas 3 dimensões. Misturar ao solo da cova 15 l de esterco de curral bem curtido. Como arbusto, apenas retirar ramos secos e malformados, mas se for desejar conduzi-la em forma de arvoreta, desde jovem devem ser retirados brotos laterais deixando o principal e realizar capinas periódicas para livrar as plantas das ervas daninhas.
Usos: A árvore pode e deve ser cultivada como ornamental; na culinária: como condimento e também colorante, emprega-se sob a forma de pó obtido por trituração das sementes, devido ao arilo que envolve as sementes, que fornece matéria corante vermelha característica. É apreciado pela quase-ausência de sabor e por não apresentar os efeitos prejudiciais dos corantes artificiais; na cosmética: empregam-no os ameríndios tropicais no preparo de tinturas para pintar o corpo, com a finalidade de proteção contra o rigor do sol (confere proteção contra radiação ultravioleta); na medicina: como medicamento fitoterápico, é dotado de inúmeras características e propriedades bioquímicas, que lhe dão aplicação em vasta gama de casos.
MULUNGU
Erythrina speciosa
FAMILIA FABACEAE
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Árvore |
Flor e Fruto |
Sementes |
Nome: Mulungu-do-litoral, Corticeira, Eritrina, Eritrina-candelabro, Eritrina-vermelha, Mulungu.
Origem: Pode ser encontrada em quase todo Brasil, sendo mais escassa na região Norte, uma vez que é planta mais comum nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. No Cerrado floresce durante a época da seca, destacando-se na paisagem cinza própria da estação.
Características: Porte baixo, medindo de 3 a 5 m de altura. Tronco de 15 a 25 cm de diâmetro, cheio de espinhos, madeira leve, porosa de baixa durabilidade. Apresenta inflorescência em forma de candelabro, composta de flores de coloração vermelho-vivo, muito atrativa para os beija-flores. As folhas são grandes, em formato de losango e caem no inverno, desta forma a árvore permanece destituída de folhagem durante a floração. Os frutos são do tipo legume (vagem), não comestível. Ocorrem ainda cultivares de flores cor de rosa e salmão.
Dicas para cultivo: Nativa da mata atlântica, ela aprecia a umidade, vegetando bem em terreno brejosos, à beira de rios e no litoral. Deve ser cultivada a pleno sol, em solos férteis e úmidos, preferencialmente ricos em matéria orgânica. Multiplica-se principalmente por sementes ou por estacas, que apresentam rápido desenvolvimento também.
Mudas: A produção de mudas é feita por sementes. Embora se utilize a propagação por estaquia para muitas espécies de mulungu, para esta não tem sido um método muito utilizado. As sementes apresentam dormência e por isso, recomenda-se efetuar imersão em água durante 24 h antes do plantio. A germinação pode ser feita em saco plásticos contendo substrato preparado com uma mistura de solo, areia e esterco, na proporção de 3:2:1. A germinação começa entre 12 e 24 dias após o plantio. O tempo de viveiro pode variar entre 5 e 7 meses, quando as mudas podem ser transplantadas para locar definitivo.
Plantando: Uma vez estabelecida, a planta não é exigente em tratos culturais, podendo-se eventualmente realizar podas de manutenção. Floresce de junho a setembro com a planta totalmente sem folhas. Os frutos amadurecem em outubro a novembro, entretanto permanecem na árvore por mais alguns meses.
Usos: O mulungu, pela conformação da planta e beleza de suas flores, produz boa sombra no verão e permite a passagem de luz no inverno, é mielífera, tem facilidades de crescimento, podendo ser utilizado na ornamentação de praças, parques, jardins e avenidas. Esta espécie não possui um sistema radicular muito agressivo e por isso pode ser cultivado próximo de áreas calçadas. A planta pode ser cultivada isolada, em maciços ou compondo o jardim em conjunto com outras espécies. Extremamente atrativa para aves, tais como beija-flores, saís, sanhaçus, cambacicas, psitacídeos, entre outros.
JEQUITIBÁ BRANCO
Carimana estrellensis
FAMILIA LECYTHIDACEAE
Nome: O nome comum jequitibá é proveniente do tupi, e para uns é facilitação da pronúncia de yigiquityba, que se traduziria como "árvore-de-tronco-rijo". Conhecido também como jequitibá, estopa, jequitibá-rei, jequitibá-vermelho, jequitibá-rosa, cachimbeiro, jequitibá vermelho, pau-de-cachimbo, pau-estopa, mussambê, coatinga.
Origem: Sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, na Mata Atlântica (floresta ombrófila densa), no Acre e nas matas de galeria do Brasil Central (Goiás e Minas Gerais).
Características: Árvore de grande porte, medindo de 30 a 40 m de altura. Tronco ereto de 90 a 120 cm de diâmetro, revestido por casca cinza-escuro e sulcada. Folhas simples, lisas, 6 a 12 cm. As flores discretas, pequenas, perfumadas, surgem de outubro a dezembro, são de cor creme e formam racemos axilares. Fruto cápsula de 8 a 10 cm, que quando maduro solta a tampa liberando sementes aladas de 4 a 5 cm. Apresenta crescimento variável, de moderado a rápido.
Dicas para cultivo: O jequitibá-branco ocorre em solos de baixa fertilidade natural, mas cresce melhor nos solos com propriedades físicas adequadas, como profundos e férteis, com textura areno-argilosa a argilosa. Devem ser evitados solos muito arenosos e pouco drenados. Tolera sombreamento na fase juvenil; não é tolerante a baixas temperaturas. Sob geadas leves, torna-se medianamente tolerante ao frio, depois do terceiro ano após plantio.
Mudas: Os frutos devem ser coletados quando mudam da coloração verde para a escura. Os frutos, ainda fechados, são postos em local ventilado, para a deiscência. As sementes, com as asas, são extraídas através da agitação dos frutos. Para deixar só o núcleo seminífero, sem a asa, recomenda-se macerar a semente, retirando-se as impurezas por meio de ventilação. As sementes do jequitibá-branco apresentam baixa viabilidade natural em ambiente não controlado. Não é necessária quebra de dormência, porém, a imersão das sementes em água fria por 2h antes da semeadura acelera e uniformiza o processo de germinação. Colocar as sementes para germinar, logo que colhidas, em canteiros semi-sombreados contendo substrato organo-argiloso. Cobri-las levemente com o substrato peneirado e irrigar 2x ao dia. A germinação ocorre em até 70 dias, geralmente é abundante (95% nas primeiras semanas da colheita). Replantar as mudas para embalagens individuais quando com 6 a 8 cm. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado moderado.
Plantando: No local definitivo, devem ser abertas covas com 40 cm nas 3 dimensões, com espaçamento entre plantas de no mínimo 4x4 metros. Fertilizar as covas com 10 a 15l de esterco bem curtido. Após, fertilizar anualmente com 10l de esterco. Utilize cobertura morta (resto de capina, folhas mortas, casca de pinus ou serragem ao redor da planta) que aumenta a disponibilidade de água e ajuda no seu desenvolvimento. Floresce durante os meses de outubro a dezembro junto com o surgimento da nova folhagem. Os frutos amadurecem em julho a setembro com a planta totalmente despida de sua folhagem.
Usos: Suas sementes são muito apreciadas por macacos. A madeira, leve, é usada na construção civil apenas em obras internas, pois é pouco resistente ao tempo. Ornamental e de porte monumental, pode ser usada no paisagismo de parques, praças e áreas rurais. Indispensável no reflorestamento de áreas desmatadas.
CASTANHA DO MARANHÃO
Bombacopsis glabra
FAMILIA MALVACEAE
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Árvore |
Flor |
Sementes e Fruto |
Nome: Mamorana do tupi “Semelhante a Mamo ou Mamão por causa do tronco verde”. Conhecido também como Castanha-do-maranhão, cacau-do-maranhão, castanha-da-praia, cacau-selvagem, amendoim-de-árvore.
Origem: Nativa do bioma da mata atlântica desde o maranhão até o estado do Rio de Janeiro, ocorrendo também em alguns pontos da floresta amazônica.
Características: Árvore com 4 a 6 m de altura. Tronco liso, grosso, e esverdeado com 20 a 30 cm de diâmetro. A folha tem pecíolo (haste ou suporte) de até 15 cm de comprimento e as folhas são digitadas (parecem dedos) e compostas de 5 a 7 folíolos de 8 a 10 cm de comprimento. As flores são hermafroditas, pedunculadas (cabinhos de até 5 cm de comprimento), são diclamídeas (tem dois envoltórios). Quando se abrem o cálice (invólucro externo) tem forma de pequeno cone com 5 sépalas soldadas de cor verde e a corola (invólucro interno) tem 5 pétalas oblongas, medindo 6 a 9 cm de comprimento por 0,9 a 1,2 cm de largura, com ápice cirroso ou enrolado.
Dicas para cultivo: Planta subtropical, resiste bem a seca de até 6 meses e a geadas de até -3°C, embora perda todas as folhas, rebrotando depois. Pode ser cultivada em todo o Brasil, em qualquer altitude; adapta-se a qualquer tipo de solo, que drenem bem as águas da chuva ou até solos argilosos, sujeito a inundações na beira de rios. Pode ser plantada a pleno sol ou em reflorestamentos mistos.
Mudas: As sementes são arredondadas, marrom claras, com estrias brancas, medem cerca de 2 cm de diâmetro, e são envolvidas por uma fina lã macia e branca. Elas germinam facilmente num período de 10 a 20 dias. As mudas atingem 35 cm com 5 meses após a germinação. Formar as mudas em pleno sol. A frutificação inicia-se com 1,5 a 3 anos, dependendo do solo e tratos culturais. Pode ser propagada por estacas de galhos lenhosos.
Plantando: No pomar planta-se num espaçamento de 6x6 m. Após o plantio irrigar com 10 l de água por semana nos primeiros 2 meses. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém adicionar aos 30 cm da superfície 8 kg de matéria orgânica bem curtida, 500 g de cinzas e 200 g de torta de mamona. O plantio deve ser feito em novembro.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar os galhos que nascerem na base do tronco, caso deseje que a arvore cresça ou caso prefira que produza uma copa arredondada, pode o broto terminal e faça podas de modelagem a cada 2 meses. Adubar com composto orgânico, pode ser 8 kg cama de frango curtida, dobrando essa quantia a cada ano até o 4ª ano, depois adubar anualmente com a mesma quantia no início da primavera.
Usos: Frutifica em fevereiro a março. As sementes ou castanhas que podem ser consumidas in-natura ou usadas para produzir o “Achocolatado com coco”. Para produzir tal especiaria é preciso colher as sementes, fazer um corte na semente, daí é só torrar numa panela ou no forno, depois de escurecer, bater no liquidificador e voltar novamente a massa triturada na panela até secar totalmente, depois voltar no liquidificador e por último passar a farinha numa peneira fina para separar o pó da casca. Esse pó meio oleoso é um verdadeiro chocolate que pode ser misturado (1 colher de sopa) num copo de leite (quente ou gelado) adoçado a gosto, estando pronta uma bebida energética e saborosíssima com gosto que lembra uma mistura de chocolate, coco e amendoim. O pó ainda pode ser usado como ingrediente para bolos, bolachas, brigadeiro e outras iguarias.
GRAVIOLA
Annona muricata
FAMILIA ANNONACEAE
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Árvore |
Flor e Fruto |
Sementes e Fruto |
Nomes populares: araticum-do-grande, guanabano, coração-da-rainha, condessa, jaca-do-pará, jaca-de-pobre, araticum, fruta-do-conde, pinha, cabeça-de-negro, ata; soursop (inglês); guanábana (espanhol).
Origem: Em estado silvestre, ocorre tanto nas Antilhas como em vários pontos da Amazônia, podendo sua origem ser compartilhada por várias regiões. Hoje é encontrada em cultivos que se estendem por toda a América Tropical, desde o sul da Flórida, até o sul do Brasil, mas encontra-se dispersa também em outras áreas tropicais.
Características: Árvore de médio porte, medindo de 4 a 8 m de altura, com tronco único e ramificação assimétrica. A casca do caule é aromática, as folhas possuem pecíolo curto, são elípticas, alternas, verdes, medem de 14 a 16 cm de comprimento e de 5 a 7 cm na maior largura, com nervuras pouco perceptíveis. Suas flores são perfeitas ou hermafroditas e no estágio de "capulho" têm forma piramidal, o que as difere das outras espécies das Annonas, com a pinha ou a ata (Annona squamosa). São verde-escuras quando em crescimento e verde-claras quando próximas da antese (abertura das pétalas). Normalmente, estão distribuídas em pedúnculos curtos axilares ou diretamente no tronco, podendo estar solitárias ou agrupadas. O fruto é uma baga composta ovóide, geralmente assimétrico, em função da polinização deficiente e mesmo pelo efeito de ataques de pragas, de 15 a 40 cm de comprimento, por 10 a 20 cm de diâmetro, cujo peso oscila de 400 g a 10 kg, com média de 2 kg/fruto. A casca é verde-escura, quando os frutos estão desenvolvidos, e verde clara, quando no ponto de colheita. Possui espículas parecidas com espinhos carnosos, moles e recurvados. Cada planta produz, em média, de 12 a 24 frutos. A polpa é branca, muito sucosa e subácida, com sementes geralmente pretas, quando retiradas do fruto, ficando, alguns dias depois, com coloração marrom escura a marrom clara ou castanha, encontradas em número aproximado de 100 por fruto.
Dicas para cultivo: Adapta-se bem em climas subtropicais e pode ser cultivada em altitudes que variam do nível do mar a 1.120 m, mas não tolera geadas. Embora aceite qualquer tipo de solo, devido a seu sistema radicular desenvolvido, a planta prefere os de textura leve, profundos, bem drenados e arejados. Os melhores resultados no cultivo da graviola são obtidos em solos com elevados teores de matéria orgânica e acidez corrigida.
Mudas: Coloque as sementes em água quente por 10 minutos. Plante as sementes usando um substrato adequado ou terra leve e orgânica, colocando todas elas num vaso ou bandeja sementeira, e cobrindo com 0,5 cm de substrato ou terra, em área com muita luz, mas não sol direto. Molhe diariamente em forma abundante, sem deixar secar nem deixar o vaso alagado. A germinação ocorre em até 50 dias ou mais. Quando as mudinhas tenham já aberto o primeiro par de folhas verdadeiras transplantar para um vaso individual, e ir acostumando aos poucos ao sol.
Plantando: Melhor época para plantio em área irrigada, é durante todo o ano, em área de sequeiro o plantio deve ser no início das chuvas. As covas devem ser de 40 cm nas 3 dimensões, com espaçamento de 6x6 m. Em fundação na cova adicionar 2l de esterco de gado. Anualmente após a safra: 10l de esterco de gado. Floresce quase todo o ano, com pico entre setembro e janeiro. Elas se abrem ao amanhecer, quando as anteras estão iniciando a expulsão do pólen; as pétalas externas caem algumas horas depois, juntamente com as internas, que podem durar alguns dias mais na planta. A maior oferta de fruto se dá nos meses de abril a julho, podendo, entretanto, ocorrer em outras épocas, em função da utilização do uso de irrigação entre setembro e dezembro.
Cultivando: Apresenta alta relação altura/diâmetro de copa, o que resulta plantas de porte alto, se seu crescimento não for controlado. Os produtores recorrem à poda dos ponteiros para reduzir essa relação e obter plantas de baixo porte, facilitando os tratos culturais e colheita. Produz as primeiras safras no 3° ano após o plantio, podendo produzir uns poucos frutos já no 2° ano. É difícil identificar o ponto de colheita, recomendando-se observar a perda do verde brilhante da casca para um verde opaco.
Usos: O fruto é comestível, sendo utilizado para sucos, sorvetes, compotas e cremes. Atualmente possui um grande valor comercial, sendo industrializado em vários países. Largamente as flores, os frutos e as sementes são utilizados na preparação de remédios caseiros. A madeira de cor branca ou castanha, é mole, leve e pouco durável, o teor de celulose é ideal para fabricação de papel.
SABÃO DE SOLDADO
Sapindus saponaria
FAMILIA SAPINDACEAE
Nomes populares: árvore-do-sabão, fruta-de-sabão, ibiró, jequiri, jequiriti, jequitiguaçu, pau-de-sabão, pau-sabão, sabão-de-macaco, sabão-de-mico, sabão-de-soldado, sabãozinho, saboeiro, saboneteira, saboneteiro, salta-martim e saponária.
Ocorrência: Acre, Bahia, Espirito Santo, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso Minas Gerais, Pará, Paraná.
Características: Árvore de médio porte, medindo até 9 m de altura. Tronco cilíndrico, com 30 a 40 cm de diâmetro. Folhas compostas alternas paripenadas, com 2 a 6 pares de folíolos opostos ou alternos. Flores unissexuais e hermafroditas brancas, surgem na ponta dos ramos. Frutos do tipo drupa globosa, com uma única semente, grande, de coloração negra com quase 1 cm de diâmetro.
Dicas para cultivo: Gosta de pleno sol e prefere climas quentes, sofrendo muito com o frio e as geadas. Gosta de solos úmidos, bem drenados e adubados com matéria orgânica.
Mudas: É necessário fazer a quebra da dormência para que ela possa germinar na sua totalidade. É preciso fazer a imersão das sementes em água fervente durante um determinado tempo para que a casca permita que a água alcance o embrião da semente. Colocar as sementes para germinação em canteiros ou diretamente em recipientes individuais contendo substrato organo-arenoso e mantidos em ambiente semi-sombreado; cobri-las com uma camada de 0,5 cm do substrato peneirado e irrigar 2 vezes ao dia. O índice de germinação ocorre geralmente em torno de 1 mês e é de moderado a baixo. O desenvolvimento das plantas no local definitivo é moderado, podendo atingir 2,5 metros de altura aos 2 anos.
Plantando: Para plantio da muda em local definitivo a cova deve medir 40x40 cm misturar bem na terra retirada, cerca de 20 a 30 l de esterco animal bem curtido. Após 12 meses fazer até 4 aplicações por ano. Floresce durante os meses de abril a junho. Seus frutos amadurecem durante o período de setembro e outubro. As abelhas são os vetores de polinização e a dispersão de frutos e sementes é realizada por morcegos.
Cultivando: Fazer poda de formação, retirando brotos laterais e galhos secos e malformados. Para evitar que ela perca sua forma esférica não deve ser podada. Enquanto a planta for jovem regar 2 vezes por semana, após adulta só no caso de estiagens prolongadas.
Usos: É uma excelente planta para arborização de ruas e praças, bem como na construção civil e recuperação de áreas degradadas. Ao se esfregar o fruto nas mãos ou nas roupas, forma-se imediatamente espuma de sabão. Basta guardar alguns frutos secos junto a pia e quando lavar as mãos, esfregar o fruto durante vários dias até que não produza mais espuma. Então, usa-se outro fruto.
CUBATÃ
Cupania vernalis
FAMILIA SAPINDACEAE
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Nomes populares: Na língua Guarani está espécie é chamada de yvata’y. Conhecido também como camboatã-de-folha grande, cuvatã, camboatá, camboatá-vermelho.
Origem: Nativa do Rio Grande do Sul cresce em todas as formações florestais. Ocorre com maior frequência em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo até o Rio Grande do Sul.
Características: Árvore de grande porte, medindo até 25 m de altura e seu diâmetro até 80 cm. Tronco reto, com casca marrom-acinzentada. Folhas compostas alternas, paripinadas, medindo de 8 a 30 cm de comprimento e 2 a 4 cm de largura, 8 a 18 folíolos alternos ou opostos oblongos ou elípticos, discolores e coriáceos, serrado-dentados. Flores odoríferas de cor branco-amarelada ou róseo-claras. Fruto do tipo cápsula coriácea deiscente, mede até 3 cm e contém até 3 sementes.
Dicas para cultivo: Locais onde há incidência de luz, como os sub-bosques pouco densos dos pinhais e capoeirões, em solos íngremes e rochosos. Formações florestais, tanto no interior de matas primárias com em todos os estágios das formações secundárias.
Mudas: Para coleta de sementes é recomendável retirar os frutos diretamente da árvore e deixá-los expostos ao sol para completarem a abertura e liberarem as sementes. Não há necessidade de remover a parte carnosa. Para quebra de dormência das sementes é recomendável fervê-las em água quente (50° C) por 5 minutos. Tempo de germinação de 20 a 130 dias, com taxa de germinação de 40 a 80%. Transplantar as mudas dos canteiros para embalagens individuais quando atingirem 4 a 6 cm.
Cultivando: Floresce entre os meses de março e maio, com maturação dos frutos de setembro até novembro. Sua polinização ocorre através das borboletas, mariposas, abelhas e vários insetos. As aves comem o arilo, contribuindo para a dispersão das sementes. As flores são melíferas. O crescimento das plantas no campo é lento.
Usos: Madeira, de cor vermelha, é utilizada em construções internas, confecção de varas leves e marcenaria, adquirindo facilmente o polimento, no entanto, a madeira resiste pouco tempo. É uma espécie recomendada para arborização urbana e reflorestamentos de reservatórios, matas ciliares e plantios mistos. As sementes são utilizadas em artesanatos em algumas comunidades indígenas.
IPÊ DE JARDIM
Tecoma stans
FAMILIA BIGNONIACEAE
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Frutos |
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Nomes populares: Ipê-de-jardim, Amarelinho, Bignônia-amarela, Carobinha, Guarã-guarã, Ipê-amarelo-de-jardim, Ipê-mirim, Ipêzinho-de-jardim, Sinos-amarelos
Origem: América do Norte, América do Sul, Estados Unidos, México
Características: Arvoreta bastante ramificada, que pode alcançar 4 a 6m de altura. Ele apresenta folhas compostas por folíolos ovais-lanceolados, sub-sésseis e de bordas serrilhadas. As inflorescências são terminais ou axilares, com muitas flores tubulares, amarelas, muito parecidas com as do Ipê-amarelo (Tabebuia spp). Os frutos são cápsulas glabras deiscentes, compridas e contém muitas sementes aladas.
Dicas para cultivo: Planta muito rústica e deve ser cultivada à pleno sol, em solo fértil e enriquecido com matéria orgânica, com regas nos períodos mais secos. Tolerante às geadas. Multiplica-se por sementes e por estaquia.
Mudas: Se as sementes estiverem verdes, primeiramente é preciso colocar para secar. A Tecoma stans é uma produtora abundante de sementes. As sementes da planta não necessitam de cuidados especiais e podem ser armazenadas durante vários meses antes do plantio. Coloque as sementes em um pote ou bandeja cheio de musgo. Cubra parcialmente com um plástico, mantenha a úmido até que os brotos se desenvolvam. Coloque o pote ou bandeja em um local onde receba luz indireta. As sementes germinam entre 14 a 20 dias se for mantida em um local com temperatura de 20°C.
Estaquia: Durante os meses da primavera ou verão, retire estacas de cerca de 4 a 8cm de comprimento das pontas dos galhos semi- lenhosos com uma faca afiada, coloque as estacas em uma mistura de musgo de turfa úmida e em um vaso pequeno, cubra o vaso com um saco plástico, coloque o corte vaso com luz solar indireta. O corte pode também ser colocada sob uma luz fluorescente. Molhe somente o necessário, mantenha úmido, mas não encharcado. Replante em um vaso maior com substrato normal depois que a planta crescer alguns centímetros. Transplante as mudas para um local ao ar livre após a planta atingir 31 cm de comprimento.
Plantando: Quando jovem, manter o solo ligeiramente úmido, nunca encharcado, regando 2 vezes por semana. Após adulta regar somente no caso de estiagens prolongadas. Por ocasião do plantio, para uma cova de 40x40.
Cultivando: Aceita bem podas, inclusive as drásticas. Para ser conduzida como arvoreta é necessário fazer podas de formação, cortando brotações laterais, deixando o principal. A floração é maior nos meses mais quentes, mas pode perdurar durante o outono.
Usos: Bastante utilizada na arborização urbana e jardins, devido seu porte pequeno, floradas abundantes, raízes não agressivas e rebrota rápida após podas. No paisagismo é apropriada isolada ou em grupos, formando renques. No entanto sua utilização é controversa, pois apesar de ser muito ornamental é considerada uma perigosa planta invasora, capaz de inutilizar pastagens e prejudicar a regeneração de áreas degradadas. Isto se deve à sua grande capacidade de produzir sementes viáveis e ao seu rápido crescimento.
CAPOROROCA
Myrsine coriacea
FAMILIA PRIUMULACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nomes populares: Capororoquinha, pororoca-branca
Ocorrência: Cerrado, Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Densa e Mista, Floresta Estacional Semidecidual e Restinga. Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Ocorre preferencialmente em encostas e beira de córregos.
Características: Árvore perenifólia, espécie secundária inicial, atinge até 18 m de altura, tronco reto com 50 cm de diâmetro, casca externa é cinza-rósea, casca interna é carmim-escura, com estrias pegajosas e incolores. Folhas simples, alternas, espiraladas, lanceoladas, pilosas, medindo até 12 cm de comprimento e até 4 cm de largura. Flores amarelo-esverdeadas, fruto do tipo drupas, semicarnosas, com pericarpo fino de cor roxa quando maduras.
Dicas para cultivo: Como espécie indiferente ao tipo de solo, costuma formar caules subterrâneos horizontais em dunas arenosas, recomenda a espécie para plantio em terrenos secos e nas margens dos rios.
Mudas: Colher os frutos diretamente da árvore quando maduros, cortando-se os ramos carregados. Em seguida, retirar manualmente os frutos derriçando-se os ramos. Deixar os frutos secar à sombra, não havendo necessidade de despolpá-los. Portanto, os frutos assim obtidos podem ser diretamente utilizados para semeadura como se fossem sementes. Os frutos devem ser coletados quando mudam de coloração verde para arroxeada. Devem ser postos em molho em água e, após a maceração, lavados e secos em peneira em ambiente ventilado. Colocar os frutos para germinação, logo que colhidos, em canteiros semi-sombreado. Tempo de germinação é 30 a 120 dias, taxa de germinação de 33 a 73%. A repicagem é recomendada 4 a 8 semanas após a germinação e recomenda-se colocar em sacos plásticos.
Cultivando: A floração ocorre de março a maio, frutificação entre agosto e outubro. Sua polinização é anemocórica, realizada por abelhas e diversos insetos e dispersão zoocórica com macaco-bugio ou guariba.
Usos: É certamente umas das frutíferas nativas mais importantes, pois é consumida por gralhas, sabiás, jacus, bugios e cerca de 30 outras espécies de pássaros. Espécie útil para regeneração natural do solo. A madeira é utilizada apenas para carvão e lenha. Os frutos servem de alimento para a fauna. A resina da casca é utilizada por índios da etnia Guarani na fabricação de cordas de instrumentos musicais, com o intuito de melhorar os sons do instrumento. Pouco utilizada na arborização urbana.
GUARA-MIRIM
Myrcia multiflora
FAMILIA MYRTACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nomes populares: Guamirim, camboí, camboim, cambuim, camboí-brabo, cambuí-bravo, guamirim, pedra-ume-caá, uvá.
Ocorrência: Áreas de capoeira e Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual da Mata Atlântica, e também nos biomas da Amazônia, Caatinga e Cerrado. Pará, Amazonas, Acre, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
Características: Arbusto de restinga medindo de 3 a 7 m de altura, dotada de copa globosa, com tronco de 20 a 40 cm de diâmetro, revestido por casca parda com ritidoma laminado e liso. Folhas opostas, simples, avermelhadas, medindo de 4 a 5 cm de comprimento, flores brancas dispostas em panículas axilares. Fruto drupa glabra, globosa, avermelhada a negra, contendo uma única semente.
Dicas para cultivo: A forma arbustiva é característica e exclusiva da zona litorânea em terrenos arenosos e úmidos (restinga), onde pode chegar a espécie dominante. Na floresta ombrófila mista, é mais frequente com formações abertas sobre terrenos úmidos, porém de encostas suaves, podendo formar densidade altas.
Mudas: Colher os frutos diretamente da árvore quando maduros, estendendo-se uma lona plástica sob a árvore e balançando-se os ramos; em seguida devem ser deixados ao sol para uma secagem rápida e podem, assim, ser diretamente utilizados para a semeadura como sementes. Colocar as sementes para germinação, logo que colhidas, em canteiros semi-sombreados contendo substrato organo-argiloso; cobri-las com uma fina camada do substrato peneirado e irrigar 2 vezes ao dia. A emergência ocorre em 20 a 30 dias, com taxa de germinação baixa. Transplantar as mudas para embalagens individuais quando com 5 a 6 cm. O desenvolvimento da planta no campo é lento.
Cultivando: Floresce durante os meses de novembro a fevereiro e os frutos amadurecem em novembro a janeiro.
Usos: A madeira, apesar de pequenas dimensões, é de excelente qualidade. A árvore de tronco e copa muito ornamentais, pode ser aproveitada para o paisagismo, principalmente para arborização urbana. Os frutos são abundantes, pequenos e saborosos; são comestíveis, servindo também de alimento para a avifauna, não pode faltar na composição de reflorestamentos mistos destinados à preservação de áreas degradadas. Para aqueles que trabalham no campo ou durante caminhadas na natureza, frutos como estes são chamados de alimento de recurso ou alimento de sobrevivência, são chamados popularmente também de mata-fome ou engana-fome.
ARAÇÁ AMARELO
Psidium cattleianum
FAMILIA MYRTACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos e Sementes |
Nome: Araçá amarelo vem das palavras do tupi Guarani: ARÁ-Fruta + eçá - olhos, referindo-se as sépalas persistentes que parecem formarem cílios. Também recebe os nomes: Araçá amarelo, Araçá vermelho, Araçá de coroa, Araçá do brejo, Araçá doce, Araçá do campo, Araçá de comer, Araçá da praia, Araçá morando, Goiabinha e Goiaba do Ipiranga.
Origem: Espécie endêmica da Mata Atlântica que ocorre desde o sul da Bahia até o estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, aparecendo principalmente nas cabeceiras de várzeas e nascentes de ribeirões e nas cerras de altitude onde o solo é bastante úmido.
Características: É um arbusto de 2,5 a 4 m de altura, chegando com muita raridade aos 7 a 8 m de altura quando em clareiras no meio da mata. A copa é arredondada, irregular e rala atingindo o dobro da altura da planta. O tronco é tortuoso, com ritidoma liso brilhante e acinzentado, e uma vez por ano a casca se desprende em laminas papiráceas (como tiras de papel), mostrando a casca interna que é esverdeada e passa a ter coloração alaranjada e por fim acinzentada. As folhas são simples, opostas e coriáceas de 4 a 12 mm de comprimento. A flor aberta é branca, fragrante e mede 2 cm de diâmetro. Os frutos são bagas quase redonda de 3 a 4,6 cm de diâmetro com casca amarela ou vermelha a depender da variedade, tendo no ápice uma coroa aprofundada com 4 sépalas persistentes. A polpa é branca ou arroxeada, doce com um fundo levemente ácido, envolvendo 50 a 110 sementes de cor creme.
Dicas para cultivo: É de fácil cultivo, pois se adapta a diversos tipos de clima e solo. Pode ser cultivada desde o nível do mar até 2.000 m de altitude. Os índices de chuvas podem variar de 1.200 a 3.100 mm anuais, com a umidade do ar variando de 75 a 85%. Os solos que essa espécie prefere são: os arenosos e ricos em matéria orgânica, terra vermelha ou terra amarelada e terreno bem drenados, profundos e com boa fertilidade natural e tenham pH variando de 4,5 a 6,2. O Araçá amarelo é resistente a mínimas de até -4°C e a períodos de seca, suportando um breve período de encharcamento do solo.
Mudas: Suas sementes devem ser colhidas de frutos maduros e lavadas em água corrente sobre uma peneira, devendo essas serem secas ao sol por 4 h. Depois de limpas e secas as sementes podem ser armazenadas por até 2 anos em embalagens escura, mantendo 60% de seu poder germinativo. As sementes devem ser semeadas logo após beneficiadas em sementeira ou saquinhos individuais de 17x22 cm, contendo o seguinte substrato: 1 parte de terra vermelha de superfície peneirada, 1 parte de húmus de minhoca ou composto orgânico bem curtido e 1 parte de casca de pinus triturada e peneirada. A irrigação deve ser feita todos os dias e a germinação é quase 100% e ocorre em 25 a 35 dias. Se for semeada em sementeira as mudas devem ser repicadas para embalagens individuais quando estiverem com 10 cm de altura. Após o transplante as mudas devem ficar em local sombreado por 3 meses e ser irrigadas generosamente até o pleno pegamento. As mudas atingem 60 cm de altura com 9 a 10 meses após a semeadura, quando já podem ser plantadas em local definitivo.
Plantando: A melhor época de plantio é outubro a novembro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover. Para plantar no vaso, de 50x40, colocar uns 4 cm de pedra no fundo do vaso para ocorrer uma drenagem rápida.
Cultivando: A planta cresce rapidamente e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se fazer capinas periódicas para que o mato não sufoque a planta. Fazer apenas podas de formação eliminando os ramos que nascerem na base do tronco e os galhos voltados para baixo ou para o interior da copa. Adubar com composto orgânico, pode ser 2 pás de cama de frango, distribuídos em círculos à 5 cm de profundidade e distanciados 10 cm do caule. As variedades são muito resistentes a pragas e doenças.
Usos: Frutifica em novembro e dezembro, em fevereiro e em abril. Os frutos são ótimos para o consumo in-natura, pois tem baixa caloria e boa quantidade de fósforo e vitamina C. A árvore do araçá amarelo é perenifólia, de porte reduzido e ornamental por isso serve muito bem para arborização urbana sob redes elétricas. Essa espécie não pode faltar em projetos de reflorestamentos, pois a planta é muito rústica quando em solos fracos e a pleno sol e sua produção precoce de frutos alimentam a fauna em geral. As flores são melíferas e indicadas principalmente como pasto apícola para as abelhas indígenas.
GUAPURUVU
Schizolobium parahyba
FAMILIA FABACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nome: Guapuruvu, Bacurubu, Bacuruva, Bacuruvu, Badarra, Birosca, Faveira, Ficheira, Gabiruvu, Gapuruvu, Garapuvu, Guapiruvu, Guarapuvu, Guavirovo, Igarapobu, Paricá, Pataqueira, Pau-de-canoa, Pau-de-tamanco, Pau-de-vintém
Origem: Nativa do Brasil. Ocorrência natural da Bahia até Santa Catarina, na floresta pluvial da encosta atlântica.
Características: O guapuruvu é uma árvore decídua de grande porte, podendo atingir facilmente 30 m de altura. Ela ocorre naturalmente na floresta ombrófila densa e estacional decidual. Seu tronco é retilíneo, com ramificações apenas no alto. A casca é cinzenta, com cicatrizes provocadas pela queda das folhas e lenticelas. Sua copa é alta e aberta, de pouca sombra. As folhas são alternas, grandes, com cerca de 1 m de comprimento, e caem com o passar do tempo. Elas são compostas bipinadas, com folíolos pequenos, elípticos e opostos. As inflorescências são numerosos cachos de flores amarelas e muito vistosas. Os frutos são vagens secas de cor parda e cada um carrega apenas uma semente que se dispersa pelos ventos.
Dicas para cultivo: Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente no 1º ano após o plantio. Planta higrófita, prefere locais úmidos como as margens dos rios e é capaz de tolerar encharcamento.
Mudas: Para germinar deve-se escarificar um dos lados e imergir em água por 12h. As sementes devem ser coletadas antes da deiscência dos frutos, mas com os pedúnculos florais já totalmente secos. A produção dos frutos do guapuruvu varia de acordo com a exposição da copa aos quatro pontos cardeais e é variável de ano para ano. A extração da semente é manual. As sementes são rígidas. A planta deve ser cultivada em solo fértil, enriquecido com material orgânico. A emergência demora de 5 a 15 dias e a taxa de germinação cerca de 70%. As sementes deverão ficar enterradas a uma profundidade média de 2 cm. As regas deverão ser frequentes para manter o solo dos saquinhos sempre com boa umidade.
Plantando: As mudas ao atingir 50 cm de altura, já poderão ser levadas a campo e devem ser irrigadas no seu 1º ano de vida. Seu desenvolvimento no campo é extremamente rápido. Em 2 anos atinge de 8 a 10 m de altura.
Cultivando: Floresce a partir do final de agosto com a planta totalmente sem folhas, prolongando-se até meados de outubro. Os frutos amadurecem entre abril e julho.
Usos: A madeira é indicada para miolo de painéis e portas, brinquedos, saltos para calçados, formas de concreto, compensados, caixotaria leve e pesada. A planta é bastante ornamental quando em flor, porém não é recomendada para arborização de lugares muito frequentados devido a riscos de acidentes pela queda fácil de ramos em dias de ventos. É ótima para reflorestamentos mistos de áreas degradadas.
JATOBÁ
Hymenaea courbaril
FAMILIA FABACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos e Sementes |
Nome: JATOBÁ vem do Tupi Guarani e significa: “Fruto de casca dura”. Também é chamada de Jatobá do Mato, Jataiva, Jutaí Açu e Fruta chulé (por causa do cheiro da casca).
Origem: De diversos ecossistemas, principalmente na floresta atlântica, no Pantanal mato-grossense, nas matas de galeria dos rios do Cerrado, na bacia do rio Paraná e no baixo rio Paranaíba em Minas Gerais e mais comumente encontrada na floresta semidecidual submontana da região sudeste. Aparece de norte a sul do Brasil.
Características: Quando cultivado cresce de 8 a 15 m de altura com diâmetro de 40 a 80 cm na DAP. A copa é arredondada, desigual e os galhos são bifurcados e irregulares, o tronco é reto, cilíndrico, com até 15 m de altura na floresta. As folhas são bifoliadas, brilhantes, cartáceos, com forma de pata de vaca, os quais são avermelhados na brotação. As flores são hermafroditas, surgem em cacho composto que saem dum mesmo eixo, mais terminam na mesma altura ou em cacho com forma indefinida terminal, com uma média de 7 a 30 flores de coloração castanha na forma de botão que mede 1 cm de diâmetro que são protegidas por 2 brácteas veludosas, e quando aberta apresenta a coloração bege.
Dicas para cultivo: E uma árvore bastante rudimentar, pois na natureza, ocorre em terras argilosas ou no alto de morros, suportando muito bem períodos de 3 a 5 meses sem chuva. Pode ser cultivada em terrenos bem drenados, profundos, ricos em matéria orgânica, arenosos.
Mudas: As sementes são grandes e tem casca dura, por isso é dormente nas condições ambientais, podendo ser armazenada quando seca e limpa por até 2 anos. O melhor método de quebra da dormência é a escarificação da semente lixando-a e, após esse procedimento as sementes devem ser colocadas na água até aumentarem de tamanho, quando poderão ser semeadas. Convém colocar uma semente por embalagem. A germinação ocorre em 20 a 60 dias; as plântulas recém germinadas devem ficar em ambiente protegido com 50% de sombra e ser irrigadas somente para manter a terra umedecida. O crescimento das mudas é moderado, pois atingem 40 cm de altura com 7 a 9 meses após a germinação. Quando as mudas atingirem 30 cm é bom colocá-las em pleno sol para o caule ficar mais forte e as mudas mais resistentes. A árvore começa a frutificar com 8 a 10 anos após o plantio nos meses de agosto a novembro.
Plantando: Pode ser plantada num espaçamento de 7x7 m na região sudeste e sul ou 10x10 m nas regiões centro-oeste, norte e nordeste. As covas devem ser abertas com 50 cm nas 3 dimensões e ser misturados aos 30 cm da terra de superfície 8 kg de matéria orgânica bem curtida, 1 kg de cinza, 250 g de farinha de osso. A melhor época de plantio é de outubro a dezembro. A irrigação deve ser feita após o plantio da muda e uma vez por semana molhar com 10 l de água se não chover seguindo esse procedimento nos primeiros 3 meses após o plantio.
Cultivando: É indispensável a capina para que o mato não sufoque a planta, nesse estágio também é importante colocar capim seco na coroa da planta para manter a umidade e manter a temperatura do solo mais baixa para o bom desenvolvimento das raízes. A poda de formação segue 2 critérios; se o objetivo é produção de madeira todos os ramos laterais devem ser podados até que cresça na altura de 2 ou 3 m, para que produza um fuste (tronco) reto; e se o objetivo é a colheita de frutos convém podar o broto terminal e selecionar 3 ou 4 ramos para que cresçam e formem uma copa mais baixa. A adubação pode ser feita anualmente.
Usos: A polpa dos frutos frescos pode ser consumida in-natura ou batida com leite ou transformada em gemada que é considerado um forte remédio para afecções pulmonares. Além disso, a farinha feita do fruto de Jatobá já seco pode ser usada na fabricação caseira ou industrial de bolos, tortas, pães, bolachas, bolinhos fritos, sequilhos, mingaus, licores, doces com chocolate ou coco, geléias, mousses e sorvetes. A polpa do Jatobá misturada com água e fermentada dá origem a uma bebida alcoólica chamada de atole e muito apreciada pelos povos do Peru e América central. A farinha de Jatobá é tão nutritiva como o fubá de milho.
OITI
Licania tomentosa
FAMILIA CHRYSOBALANACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Semente |
Nome: GOITI’IBA vem do tupi guarani GOI - massa, polpa, TI – fio ou cabelo e IBA – fruta, de modo que a etimologia do nome é “Fruta com massa cabeluda” fazendo alusão aos fiapos impregnados na polpa. Também recebe os nomes de: Manga da praia, Milho cozido, Fruta cabeluda, Guailí, Guití, Oiti, Oiti cagão, Oiti da praia, Oiti mirim e Uiti.
Origem: Ocorre nas florestas de restingas que existem desde o estado de Pernambuco até o estado do Espírito Santo, podendo ser encontrada também em Minas Gerais no Vale do Rio Doce, Brasil.
Características: Árvore de 8 a 20 m de altura, com copa globosa com largura igual a metade da sua altura. O tronco é reto, cresce de 30 a 65 cm de diâmetro, tem casca áspera de coloração cinzenta ou marrom claro. O tronco é curto e bifurca-se na altura de 3 a 4 metros, formando galhos vigorosos e ascendentes. As folhas são simples, sempre alternadas, oblongas, lanceoladas, de textura cartácea e densamente cobertas de lanugem que ao esfregar fica parecendo teia de aranha. As flores brancas surgem em cacho longo axilares ao longo dos ramos. O fruto é uma drupa oblonga, com casca fina, verde escura no início passando para o amarelo dourado na altura da maturação, tendo uma grande semente que mede 4 a 8 cm de comprimento por 2 a 3,5 cm de diâmetro, envolvida por polpa macia e adocicada com 1 a 2,5 cm de espessura com inúmeros fiapos no meio da carne.
Dicas para cultivo: Árvore de crescimento rápido que se adapta a climas temperados com pouca geada (forma a árvore, mas raramente frutifica) e tropicais ou subtropicais resistindo a secas e a geadas ocasionais de até -2°C. Aprecia solos vermelhos ou arenosos, profundos e ricos em matéria orgânica e que tenham rápida drenagem da água das chuvas e pH ácido entre 4,8 a 5,9.
Mudas: Sementes são grandes, de cor castanha, protegidas por uma casca fibrosa que absorve bem a umidade contribuindo para germinação do embrião. Não é recomendado armazenar essa semente por mais de 40 dias. A germinação inicia na primavera e leva de 20 a 60 dias. As sementes devem ser plantadas diretamente em sacos individuais. As mudas podem ser formadas a pleno sol e estas atingem 40 cm com 6 a 8 meses após a germinação. Inicia a frutificação com 8 a 10 anos após o plantio.
Plantando: A muda deve ser plantada a pleno sol, num espaçamento 6 ou 8 m entre plantas, se o solo for fértil. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões. Fazer o plantio entre outubro a dezembro. Depois é só irrigar 10 l de água após o plantio a cada 15 dias se não chover.
Cultivando: A planta cresce rapidamente e não necessita de cuidados especiais. Fazer poda de formação e eliminar as brotações que surgirem na base do caule e os galhos cruzados ou os voltados para o interior da copa. Adubar com composto orgânico, pode ser 6 kg composto orgânico curtido (meio a meio de folhas e esterco de gado).
Usos: Frutifica de fevereiro a março. A árvore tem linda floração com potencial apícola para abelhas nativas; sua copa é perenifólia e por isso vem sendo cultivada com sucesso como árvore de sombra e na arborização urbana. O fruto tem gosto de murici com manga e apesar de ter pouca polpa, esta produz um ótimo suco com leite ou um ótimo sorvete. O fruto só deve ser consumido após colhido da árvore quando totalmente maduro e deixados “chegar ao ponto” por 4 a 5 dias.
JERIVÁ
Syagrus romanzoffiana
FAMILIA ARECACEAE
Nome: JERIVÁ vem do Tupi Guarani e significa “Fruta gomosa de cacho” esse nome é exato porque os frutos dão em cachos, mas sua polpa grossa é como goma de mascar. Também recebe os nomes de: Coquinho, Coqueiro pindoba, Coco de cachorro, Coco juvena, Coqueiro pindó, Coco baba de boi, Coqueiro Jerivá, Fruta de graxaim, Gerivá, Juruvá, Jiruvá, Jurubá e Patí.
Origem: Ocorre desde o sul da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, em todos os estados restantes da Região Sudeste e Sul. Sua dispersão é sempre continua em todas as formações florestais, desde a restinga litorânea até as florestas montanas de encostas com altitude elevada, surgindo também no cerradão de terreno seco no Brasil central em Brasília DF, ou em floresta de brejo e beira de rios no estado de São Paulo e nas frias florestas de Araucárias ou ainda florestas turfosas do Rio Grande do Sul, Brasil.
Características: Palmeira de estipe ou tronco solitário, atingindo de 6 a 15 m de altura, no meio da floresta cresce até 30 m. O tronco é vertical, cilíndrico, fissurado, de coloração cinzenta. A copa não é separada do tronco, é composta de 4 a 14 folhas arqueadas, pinadas. A inflorescência é interfoliar, com pedúnculo longo, que com o tempo se abre e surgem milhares de flores num cacho composto. Os coquinhos de cor amarela ou alaranjada na maturação, com 2 a 4 cm de comprimento por 2 a 3 cm de diâmetro, com polpa fibrosa, suculenta e adocicada; A semente é ovóide, com ponta curta, base arredondada e marcada por 3 cicatrizes em resultado da polinização; com casca dura, fibrosa que protege uma amêndoa branca adocicada e farinácea.
Dicas para cultivo: É uma planta rústica, adapta-se a solos arenosos, argilosos, terra vermelha, pedregosos e solos do cerrado carregados de alumínio que são tóxicos para algumas plantas; também é indiferente quanto a fertilidade natural e se sujeita a inundações temporárias de até 40 dias. Quanto a chuvas aprecia índices de 1.000 a 2.500 mm anuais com uma estação seca no inverno, quando o inverno é seco e bem definido o Jerivá produz mais.
Mudas: O Jerivá é propagado por sementes que devem ser colhidas e limpas, retirando toda a polpa e a fibra envolvente, pois estas têm inibidores de germinação. As sementes germinam melhor se cobertas com 3 cm de substrato, a germinação se inicia aos 80 dias. Plantar as sementes em canteiros ou sementeiras e quando as plantas estiverem com 4 folhas definitivas, faz-se o transplante para embalagens individuais. O pegamento de plantas com qualquer tamanho é muito satisfatório. As mudas atingem 50 cm de altura com 1 ano após o transplante e já podem ser plantadas no lugar definitivo.
Plantando: Em pomar doméstico usar as medidas de 4x4 m, para alamedas de estradas, renques de jardins ou reflorestamento, recomendo o espaçamento de 3x3 m. As covas devem ter 40 cm nas 3 dimensões, e com os 30 cm da terra da superfície. Irrigar após o plantio, repetindo a irrigação a cada 15 dias no mínimo 3 meses. O crescimento do Jerivá é moderado, atingindo 1,20 cm com 1 ano e meio de idade; em reflorestamento, a planta atinge 7 m de altura após 20 anos. Começa a frutificar com 5 a 6 anos.
Cultivando: Fazer apenas podas de formação da copa e eliminar as folhas secas, não retirando a base que envolve e protege o tronco. O Jerivá é rústico e resistente a pragas e doenças.
Usos: Frutifica em vários meses do ano, principalmente de agosto a dezembro. A madeira é muito usada nas construções rurais como por exemplo o madeiramento de telhados, é utilizado para paisagismo ornamental e também para fazer reflorestamentos em áreas degradadas, preservação permanente, plantios mistos. Em algumas regiões do Brasil, as folhas são usadas como forrageiras para equinos, bovinos e caprinos na época de seca. O palmito é de excelente textura e sabor quando cortado de plantas jovens (com 5 a 6 anos) e fervidos antecipadamente para retirada da seiva amarga; embora não é recomendado sacrificar uma palmeira só para retirar o palmito, a não ser se estas forem plantadas com esse objetivo. Os frutos alaranjados com polpa espessa, fibrosa e saborosa é um verdadeiro chiclete natural, muito apreciado pelas crianças da zona rural. Outra potencialidade desse fruto é o processamento em despolpadeira, e a polpa dá suco, fabricação de sorvetes, doces e gelatinas. Após a retirada da polpa, as sementes podem ser quebradas para retirada da amêndoa ou esmagadas para retirada do óleo que dará um novo sabor a culinária.
BOLEIRA
Joannesia princeps
FAMILIA EUPHORBIACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Semente |
Nome: ANDÁ-ASSÚ OU AÇÚ vem do Tupi Guarani e significa “O que dá óleo” e o adjetivo Açu quer dizer “fruto grande”. Também recebe o nome de Castanha de Cutia, Fruta de Cutia, e Boleira ou Peloteita.
Origem: Aparece nas matas de galeria e de encosta da Floresta pluvial atlântica e em várias formações florestais desde a Bahia, dispersando-se pelo litoral até São Paulo, Brasil.
Características: Árvore perenifólia de 15 a 20 m de altura quando na floresta, porém quando cultivada atinge 6 a 8 m de altura. A copa é cilíndrica ou arredondada com metade da altura da planta. O tronco é cilíndrico e bifurca-se quando atinge 4 ou 5 m de altura. A casca fina reticulada e tem coloração cinza chumbo. As folhas são digitadas, alternadas e espiraladas, com 5 a 6 folíolos simples, de cor verde escura e textura papirácea. As flores nascem em cacho com formado indeterminado, de 10 a 25 cm de comprimento, contendo flores brancas medindo 1,2 a 2,2 cm de diâmetro quando aberta. Os frutos são do tipo cápsula com casca deiscente (que se abre) expondo uma núcula lenhoso indeiscente (que não se abre) protegendo 2 sementes recobertas por arilo alaranjado. As sementes são oleaginosas e medem 2 a 3 cm de diâmetro.
Dicas para cultivo: Árvore de crescimento rápido, apreciando solos vermelhos e argilosos com rápida drenagem da água das chuvas e pH entre 5,2 a 6,6. Pode ser cultivada em todo o Brasil desde o nível do mar até 1.700 m de altitude, apreciando índice de chuvas que variam de 780 a 2.300 mm anuais bem distribuídos. A árvore resiste a geadas de até -2°C, mais suas folhas e brotos ficam totalmente queimados, rebrotando na primavera. No ano seguinte da geada a planta dificilmente frutifica. É resistente a períodos de seca de até 4 meses e pode ser cultivada em sol pleno ou sombra e suporta inundações periódicas.
Mudas: Sementes arredondadas e de coloração pardacenta. Após limpas e secas conservam o poder germinativo por até 1 ano se guardadas em local escuro. Convém plantar 1 semente diretamente em embalagens individuais. A germinação inicia em 40 a 60 dias se plantadas em substrato de 50% de terra vermelha, 30% de matéria orgânica e 20% de areia. As mudas devem ser formadas na sombra e atingem 40 cm com 6 a 8 meses de vida. Inicia a frutificação com 3 a 5 anos após o plantio.
Plantando: Deve ser plantada a pleno sol num espaçamento 6x6 em clima subtropical e 7x7 m em climas tropicais. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 30% de areia saibro + 6 pás de matéria orgânica + 1 kg de cinzas de madeira aos 30 cm de terra da superfície da cova. A melhor época de plantio é de outubro a dezembro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover.
Cultivando: A planta cresce rápido e não necessita de cuidados especiais, apenas as covas devem ser profundas, para que aja um bom desenvolvimento do sistema radicular. Em lugar onde caem geadas é bom proteger a planta cobrindo-a com plástico nos 2 primeiros anos após o plantio. Fazer podas de formação e eliminar brotações na base do tronco e os galhos que cruzarem a copa ou estivem voltados para seu interior. Adubar com composto orgânico, pode ser 4 pás cama de frango bem curtido dobrando essa quantia a cada ano até o 4ª ano. Distribuir os nutrientes a 5 cm de profundidade, em círculos distanciados a 40 cm do tronco.
Usos: Frutifica nos meses de janeiro a março. O arilo oleaginoso que recobre parte das sementes pode ser consumido pesar de ter um final amargo. As sementes podem ser consumidas como castanhas após torradas. A árvore e as flores magníficas são de belo aspecto ornamental. Por produzir grande quantidade de frutos consumidos por animais, a planta não deve faltar em projetos de reflorestamento permanente.
PAU JACARÉ
Piptadenia gonoacantha
FAMILIA FABACEAE
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Árvore |
Tronco |
Flor |
Fruto e Semente |
Nomes populares: Pau-jacaré, angico-branco, angico-jacaré, monjoleiro, monjolo, icarapé, casco de jacaré.
Origem: Ocorre principalmente nas florestas estacionais semideciduais com alguma perturbação, nas regiões sudeste e sul do Brasil, incluindo o Mato Grosso do Sul. Encontrada também, em formações florestais alteradas do complexo atlântico.
Características: Árvore semicaducifólia, com 8 a 20 m de altura e 20 a 50 cm de DAP, podendo atingir até 30 m de altura e 90 cm de DAP, na idade adulta; tronco reto, normalmente tortuoso, com cristas aculeadas, características, por toda a extensão. Fuste normalmente curto, ou com multitroncos, quando isolado; contudo, na floresta, atinge até 8 m de comprimento. Copa irregular, estreita, umbeliforme, com acúleos nos ramos finos. Casca com espessura de até 5 mm. A casca externa, com cristas lineares longitudinais, interligadas por outras menores transversais, lembrando, às vezes, o couro do jacaré, motivo pelo qual leva o nome popular. A casca externa é áspera nas árvores jovens, tornando-se rugosa ou fissurada como envelhecimento. A casca interna é amarelada. Folhas recompostas, paripinadas, de 5 a 9 pares de pinas, com 26 a 46 pares de folíolos por pina. Flores amarelas-bege, pequenas, reunidas em inflorescências axilares, em espigas. Fruto legume não moniliforme deiscente, coriáceo, seco, plano, com margem reta, pardo, com 8 a 15 cm de comprimento e 1,7 a 2,5 cm de largura, com 4 a 10 sementes. Semente pardo-amarelada, plana, lisa, ovalada, sem endosperma, não alada, medindo, em média, 9 mm de comprimento por 8 mm de largura.
Dicas para cultivo: Espécie secundária inicial, comum em áreas com algum sombreamento, semidecídua. Variação altitudinal de 10 m no litoral das regiões sul e sudeste a 1.300 m de altitude em Minas Gerais. Precipitação pluvial média anual desde 1.000 mm a 2.000 mm. Temperatura média anual 16,4°C a 26°C. Ocorre naturalmente em solos muito variados, desde os de baixa fertilidade química, pedregosos e os considerados imprestáveis até nos de boa fertilidade. Em plantios, tem crescido melhor em solos de fertilidade química média a alta, com propriedades físicas adequadas, como bem drenados e com textura que varia de areno-argilosa a argilosa.
Mudas: Os frutos devem ser colhidos quando mudam de coloração, devendo ser abertos em ambiente ventilado, onde as sementes são extraídas. Não apresenta dormência, mas recomenda-se imersão em água por 30 a 36 h, para embebição. As sementes dessa espécie apresentam comportamento recalcitrante em relação ao armazenamento, mantendo viabilidade curta (por até 6 meses) em ambiente não controlado. A semeadura deve ser feita, de preferência, em sementeiras e depois repicar as mudas em sacos de polietileno ou em tubetes de polipropileno de tamanho médio. Recomenda-se a repicagem 2 a 3 semanas após a germinação. A germinação tem início entre 4 a 34 dias após a semeadura. O poder germinativo é alto, até 98%; em média 80%. As mudas atingem porte adequado para plantio, cerca de 4 meses após a semeadura.
Plantando: O pau-jacaré pode ser plantado em plantio misto, a pleno sol, associado com espécie de mesmo padrão de crescimento. Brota com vigor da touça, após corte, podendo ser manejado pelo sistema de talhadia em vários cortes.
Cultivando: A dispersão de frutos e sementes é autocórica, por gravidade e anemocórica, pelo vento. Floresce a partir do final de outubro, prolongando-se até janeiro. A maturação dos frutos ocorre em setembro e outubro. O processo reprodutivo do pau-jacaré inicia a partir de 3 anos de idade, em plantios, em solos de fertilidade química elevada. Essa espécie pode ser utilizada em sistemas silvigrícolas, para sombreamento de cafezais, em arborização de culturas, barreiras e cercas vivas. O pau-jacaré tem crescimento rápido atingindo até 25 m³ha/ano aos 8 anos de idade.
Usos: Pode ser feito lenha e carvão à base de sua madeira, queima inclusive verde. A madeira pode ser usada em partes abrigadas de construções, nunca exposta. A florada do pau-jacaré é bastante atrativa para abelhas. Pode ser utilizada em praças e locais com amplo espaço, uma vez que a árvore atinge grandes dimensões, o aspecto do tronco é muito bonito, devido aos espinhos laminares que lembram uma pele de réptil. Recuperação de áreas degradadas inclusive em solos degradados, pois tolera encharcamento. Possui taninos, utilizados em cortumes, pode ser utilizado para produção de celulose e papel, na alimentação animal, apesar de não ser muito adequada.
CAROBINHA
Jacaranda semiserrata
FAMILIA BIGNONIACEAE
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Árvore |
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Frutos |
Nomes populares: O nome Caroba em tupi significa folha amarga. Conhecida também como carobinha, carobeira, caroba da Mata, caroba do mato, jacarandá-caroba, no Brasil.
Origem: Sua ocorrência é do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, na mata pluvial da encosta atlântica.
Características: Trata-se de uma árvore pequena ou arbusto grande, medindo de 3 m a 10 m de altura, de ramos glabros enquanto novos e ligeiramente pubescentes no ápice. As folhas são longo pecioladas, apresentando pecíolos arredondados e acuminados, sendo agudos no ápice e na base, medindo até 6 cm de comprimento. As flores são campanuladas, grandes numerosas, avermelhadas, roxas ou róseas em panículas. Frutos secos e lenhosos deiscentes, do tipo capsula, de margem inteira, contendo sementes aladas.
Dicas para cultivo: Aprecia solos úmidos de planícies, aclives suaves e solos pedregosos, apresentando grande afinidade com a vegetação secundária. Ocorre tanto no interior da floresta primária como em formações secundárias. Frequente em vegetações abertas, mas não campestres, como capoeirões, orlas de matas, capões, restingas, e também em ambientes antrópicos, como pastagens abandonadas e terrenos baldios, por vezes.
Mudas: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quanto iniciarem sua abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura e liberação das sementes. Devido à baixa densidade das sementes, cobrir o fruto com tela para evitar a sua perda pelo vento. Não é viável armazenar as sementes por mais de 3 meses. Colocar as sementes para a germinação logo após a colheita em canteiros semi-sombreados contendo substrato organo-argiloso; cobrir levemente as sementes com substrato peneirado e irrigar delicadamente 2x ao dia. A emergência das mudas ocorre entre 8-15 dias, e a taxa de germinação é superior a 80%. O desenvolvimento das mudas, bem como das plantas no campo é médio, dificilmente não ultrapassando 3 m aos 2 anos.
Cultivando: Floresce durante os meses de agosto a setembro junto com o surgimento das novas folhas e, a maturação dos frutos ocorre de fevereiro a março. Suas flores são melitófilas, polinizadas por grandes abelhas (mamangavas) e a dispersão é anemocórica, através das sementes aladas.
Usos: É bastante ornamental, podendo ser empregada com sucesso no paisagismo principalmente na arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas, produzindo belas florações na primavera. Pode ser utilizada como lenha. A madeira, apesar de pouca é leve e utilizável em movelaria, fabricação de brinquedos e outras aplicações. Utilizada para recuperação de áreas degradadas, pois é uma pioneira de rápido crescimento, e, apesar de não possuir frutos atrativos para a fauna, fornece cobertura e poleiro natura.
MANACÁ DA SERRA
Tibouchina mutabilis
FAMILIA MELASTOMATACEAE
Nomes populares: cuipeúna, jacatirão, flor-de-maio, flor-de-quaresma, pau-de-flor.
Origem: Árvore pioneira da Mata Atlântica brasileira, da floresta ombrófila densa da encosta atlântica dos estados do PR, RJ,SC e SP. Ocorre quase exclusivamente em matas secundárias, onde chega a ser a espécie dominante. É encontrada também em restingas em todo o litoral de São Paulo, e na floresta ombrófila de sudeste do mesmo estado.
Características: Árvore de porte baixo a médio, atingindo de 6 a 12 m de altura e cerca de 25 cm de diâmetro de tronco. As folhas são lanceoladas, pilosas, verde-escuras e com nervuras longitudinais paralelas. As flores apresentam-se solitárias e são grandes, vistosas e duráveis. Elas desabrocham com a cor branca e gradativamente vão tornando-se violáceas, passando pela cor rosa. Esta particularidade faz com que na mesma planta sejam observadas flores de três cores. Os frutos são cápsulas contendo muitas sementes bastante pequenas.
Dicas para cultivo: Necessita de sol pleno, aprecia solo úmido, mas não solo encharcado, regar 2x por semana; clima quente e úmido, tolera clima ameno de regiões subtropicais. Solo rico em matéria orgânica, ligeiramente ácidos e que tenha boa drenagem.
Mudas: Multiplica-se por sementes, alporque e estaquia de ramo. Colher os frutos diretamente da árvore logo que iniciarem a abertura espontânea. Cortar todo o ramo contendo frutos e levar tudo ao sol sobre uma lona plástica, em seguida bater com vara após algumas horas de sol. Prepare uma sementeira ou vaso. Para substrato deve-se usar composto orgânico de folhas peneirado bem fino. Outra opção uma mistura de terra vegetal com húmus e um pouco de areia fina. Nivelar deixando bem plano. Regar em seguida e esperar uma hora até o excesso de água escorrer (importante o recipiente ter uma boa drenagem). Pulverizar as sementes sobre a superfície do substrato molhado. Não cobrir as sementes, pois precisam de luz para germinar. Com um borrifador, pulverizar um pouco de água sobre as sementes espalhadas sobre o substrato para que as sementes possam se acomodar. Cobrir a sementeira ou vaso com um saco plástico transparente para manter a umidade e temperatura estáveis. Fazer 2 a 3 pequenos furos no plástico para circular um pouco de ar. Deixar o vaso ou sementeira em um local que pegue bastante claridade, mas não sob o sol direto. Verificar a umidade do substrato todos os dias. Muito cuidado para não encharcar demais o substrato e apodrecer as sementes. As sementes irão germinar com menos de 15 dias. Após a emergirem, retirar o plástico e redobrar o cuidado com a umidade do substrato. Mantenha em local com boa claridade, mas sem sol direto. Quando as plantinhas apresentarem 4 cm ou 6 folhinhas poderá ser feito o transplante para sacos ou vasos para cultivo, mantendo-se à sombra em cultivo protegido com pelo menos 50% de sombra, até atingirem 50 cm, quando coloca-se um tutor de bambu para conduzir a muda.
Cultivando: O substrato de cultivo da muda deve conter adubo animal de curral bem curtido, composto orgânico de folhas e vegetais e, areia em partes iguais. A colocação de farinha de ossos também é recomendável, cerca de 30 gramas por muda. Fazer a mistura, e plantar. Floresce durante os meses de novembro a fevereiro. A maturação dos frutos ocorre durante os meses de fevereiro e março. Colheita de sementes em agosto e setembro. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis, que são amplamente disseminadas pelo vento graças à sua fixação à paina. Seu crescimento é moderado, chegando a 2,5 metros aos 2 anos.
Plantando: No Brasil a melhor época para o plantio de mudas é em fevereiro e março, o ideal seria receber sol pela manhã e sombra a tarde. Para quem comprou um vaso florido, não passe imediatamente para o solo, deixe no vaso até as flores murcharem, não colocar dentro de casa. Quando for plantar, faça uma cova que tenha no mínimo o dobro do tamanho do torrão, retira todas flores, deita o vaso e retire com cuidado, faça uma poda nas raízes que estiverem enroladas, coloque terra vermelha sem compactar. Num primeiro momento mantenha o solo sempre úmido, mas não encharcado. Galhos secos devem ser podados sempre abaixo da parte seca, num ângulo de 45º.
Usos: O manacá-da-serra é uma excelente opção para o paisagismo urbano, pois não apresenta raízes agressivas, permitindo seu plantio em diversos espaços, desde isolado em calçadas, até em pequenos bosques em grandes parques públicos. Seu crescimento é rápido e além da árvore, encontra-se disponível no mercado uma variedade anã, o manacá-da-serra-anão. Esta variedade, conhecida como ‘Nana’, alcança de 2 a 3 m de altura e é mais precoce, iniciando a floração com menos de meio metro. Com seu porte arbustivo, ela é apropriada para o uso isolado ou em grupos e renques. Sua floração ocorre no inverno, ao contrário da forma arbórea típica. Também pode ser conduzida em vasos.
CABELUDINHA
Myrciaria glazioviana
FAMILIA MYRTACEAE
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Árvore |
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Sementes |
Nome: GUAPIRIJUBA vem do Tupi, e significa “Fruta amarela de casca amarga e felpuda”. Também é chamada de Cabeludinha, Café cabeludo, Fruta cabeluda, Jabuticaba amarela, peludinha e Vassourinha da praia.
Origem: Nativa das serras litorâneas e restingas presentes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e parte do estado de Minas Gerais. Brasil.
Características: Arvoreta ramificada de 2 a 4 m de altura, com caule dividido em vários galhos desde a base, do qual surgem ramos que são declinados e bifurcados. O tronco atinge pequenas dimensões, medindo de 5 a 10 cm de diâmetro e é coberto por uma casca fissurada, com coloração marrom enegrecida. As folhas são simples, opostas, inseridas num mesmo plano sob pecíolo curto, denso e coberto de pelos longos e escuros, medindo de 3 a 5 mm de comprimento. As flores surgem nas axilas das folhas ou nos ramos desnudados sob a copa, são desprovidas de cabinho e aglomeradas no caule em número de 3 a 15 flores. O fruto é uma baga globosa de 1,4 a 1,7 cm de altura por 2 a 2,3 cm de largura, que é levemente achatada nos pólos, albo com pêlos esbranquiçados, quando verde e, coberta de lanugem, quando madura. Nessa época, a casca adquire coloração amarela intensa, e recobre uma polpa translúcida e sucosa de agradável sabor, as quais envolvem 1 ou 2 ou raramente 3 sementes de coloração creme.
Dicas para cultivo: Planta de crescimento rápido que aprecia qualquer tipo de solos com boa fertilidade natural e rápida drenagem. Aprecia clima tropical úmido a subtropical úmido nos morros ou clima temperado sempre chuvoso; com temperatura média de 8,2 a 25,5°C, com cerca de 3 a 7 geadas que a planta resiste muito bem. Precipitação pluvial média anual varia de 1.200 a 2.700 mm anuais. Pode ser cultivada desde o nível do mar até 1.350 m de altitude; tanto na beira de rios em locais sombreados onde podem ocorrer inundações, onde a planta resiste até 20 dias submersa ou em locais pedregosos e secos. O pH da terra entre 5,0 a 6,5, e boas safras ocorrem quando a umidade do ar está em torno de 70% e é constante.
Mudas: As sementes são redondas, recalcitrantes (perdem o poder germinativo se forem secadas) e devem ser plantadas em no máximo 20 dias depois de colhidas. Pode-se plantar em sementeira com substrato composto de: 1 parte de areia, 2 partes de terra vermelha e 1 parte de esterco bem curtido. A germinação ocorre em 25 a 47 dias e o crescimento das mudas é rápido tanto na sombra como em pleno sol. O transplante da sementeira é feito quando as plântulas atingem 10 cm de altura, ocasião em que devem ficar em local sombreado por cerca de 1 mês, sendo irrigadas generosamente. A planta inicia a frutificação com 3 a 4 anos ou até com 2 anos quando cultivada em vasos com 30 cm de largura e 40 cm de altura contendo o mesmo substrato adequado.
Plantando: Recomenda-se que seja plantada a pleno sol num espaçamento 5x5 m ou na sombra, onde produz maiores e mais saborosos frutos, com espaçamento de 4x4 m, as covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 30% de areia saibro + 7 pás de matéria orgânica e 1 kg de cinzas de madeira aos 30 cm de terra da superfície da cova. A melhor época de plantio é outubro a novembro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover.
Cultivando: A planta cresce rápido e não necessita de cuidados especiais, apenas deve-se cobrir a superfície com capim cortado e eliminar qualquer erva daninha que possa sufocar a planta. Deve-se fazer podas no fim do inverno para fazer a formação da planta eliminando ramos e brotos da base e todo o excesso de ramos que nascerem voltados para o interior da copa.
Usos: Frutifica nos meses de outubro a dezembro. A árvore é ornamental, as flores são melíferas e é uma espécie ideal para arborização urbana de ruas, praças e parques. Os frutos são deliciosos para serem consumidos in-natura e podem aproveitados para fazer sucos, doces e sorvetes.
BACUPARI
Arcinia brasiliensis e Garcinia gardneriana
FAMILIA DAS CLUSIACEAE (antiga Gutiferaceae)
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nome: BACUPARÍ vem do tupi guarani e significa “fruta de cerca”, por causa dos ramos ascendentes que crescem na horizontal, quando a planta nasce em áreas abertas ou ainda porque os índios cultivavam para cercar suas roças. Também recebe o nome de Uvacupari, Bacoparí e Laranjinha.
Origem: Encontrado em todo o Brasil, na floresta Amazônica aparece nas florestas de terra firme, no cerrado surgem nas matas de galeria próximos a rios que descem das montanhas da mata atlântica e nesse ambiente está bem distribuída em formações primarias, em clareiras e nas restingas litorâneas desde o estado da Bahia até o Rio Grande do Sul. Na região sudeste a planta avança pelo interior e chega ao Pantanal onde aparece com frequência nas bordas de matas.
Características: Arbusto de 2 a 4 m de altura quando em pleno sol; mais no interior da mata se torna uma árvore com 6 a 20 m de altura. A copa em pleno sol se torna densa, globosa. O tronco é ereto, verde esbranquiçado quando jovem, passando a ficar castanho pardacento quando envelhece, este tem 10 a 30 cm de diâmetro, sua casca é fina e quando ferida exsuda látex amarelo, abundante. As folhas são opostas, simples, de textura grossa, com forma de lança ou mais longa que larga presa ao caule sob pecíolo de 6 a 15 mm de comprimento e canaliculado (semelhante a calha). As flores surgem em pequeno feixe ou isolada na axila das folhas ou entrenós, sob pedicelo de 1,5 a 3,5 cm de comprimento. Cada flor mede 1 cm de diâmetro quando aberta com 4 a 5 pétalas livres, creme esbranquiçadas, voltadas para a base de 6 a 7 mm de comprimento por 3 a 5 mm de largura. Os frutos são bagas de 3 a 5 cm de comprimento por 2,5 a 3,5 cm de largura, arredondado, de casca lisa.
Dicas para cultivo: É de fácil adaptação aos mais variados tipos de solo e climas, e por isso pode ser cultivado em todo o território brasileiro. Pode ser cultivado em solos argilosos de áreas inundáveis, em terra roxa ou vermelha de alta fertilidade e solos brancos ou arenosos de rápida drenagem. As chuvas devem ser bem distribuídas e com uma estação seca de pelo menos 90 dias. Começa a frutificar com 4 a 5 anos após o plantio.
Mudas: As sementes são alongadas e recalcitrantes (perdem o poder germinativo rapidamente), por isso devem ser plantadas logo que retiradas da polpa. As sementes germinam com 25 a 60 dias, com índice de germinação de 80%. As mudinhas podem ser transplantadas com 10 cm ou 6 folhas definitivas, em sacos de 30 cm de altura e 15 cm de largura contendo substrato enriquecido com 40% de matéria orgânica bem curtida. Após o transplante as mudas devem ficar em sombreamento de 50% até atingirem 35 cm, quando devem ser transferidas para o sol pleno. As mudas crescem lentamente, ficando com 40 cm aos 15 meses de vida, quando já podem ser plantadas no local definitivo.
Plantando: O espaçamento em pleno sol ou na sombra deve ser de no mínimo 5x5 m entre plantas. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões, adicionando aos 30 cm da terra da superfície 4 kg de composto orgânico bem curtido, 50g de farinha de osso e 1 kg de cinzas de madeira que tem potássio e beneficiará o crescimento. O plantio deve ser feito no início das chuvas em setembro e outubro. Nos primeiros 3 meses convém fazer uma irrigação com 10 l de água a cada 15 dias.
Cultivando: Não é exigente a irrigações frequentes, mais requer que a coroa de onde foi plantada tenha cerca de 10 cm de cobertura morta (capim seco) para manter a umidade. Fazer podas de limpeza e formação no inverno eliminando os ramos que brotarem na base do tronco e os galhos cruzados ou voltados para o interior da copa. A adubação é feita com 500 g de cinza no início da floração beneficia a circulação da seiva da planta e evita as pipocas ou bolhas na casca do fruto. Nos meses de novembro faz-se a adubação orgânica de 6 kg de composto orgânico bem curtido, abrindo-se valas de 06 cm de largura, 30 cm de profundidade e 1 m de comprimento na projeção da copa.
Usos: Frutifica nos meses de dezembro a abril. Os frutos são adocicados, adstringentes e refrescantes, próprios para consumo in-natura. Até a casca pode ser consumida. A árvore é de belo efeito ornamental e não podem faltar no pomar de sua chácara ou fazenda e também estar presente em projetos de reflorestamento permanente.
JENIPAPO
Genipa americana
FAMÍLIA RUBIACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos |
Nome: GENIPAPO vem do Tupi guarani e quer dizer “Fruta que mancha ou de fazer tintura” isso porque os índios usam os frutos para pintar o corpo. Também recebe o nome de Jenipapo, Nhandipapo e Genipapo do cerrado.
Origem: Aparece nas matas de galeria dos cerrados e várias formações florestais desde a Amazônia até o sudeste do Brasil.
Características: Árvore grande porte, medindo de 10 a 35 m de altura quando na floresta, perde as folhas no inverno, porém quando cultivada atinge 6 a 9 m de altura. A copa é cônica com galhos ascendentes em forma de V e o tronco é acinzentado esverdeado, com manchas brancas e casca lisa e sem desprendimento evidente. As folhas são simples, opostas, de cor verde brilhante, de textura cartácea, medindo 8 a 20 cm comprimento por 3,5 a 6,5 cm de largura com base oblanceolada e ápice arredondado ou apiculado. As folhas estão adensadas na extremidade dos ramos e na base do pecíolo de 1,5 a 3,2 cm de comprimento existe estipulas com ápice ou ponta triangular e margem levemente denteada. As flores são inicialmente brancas, ficando amarelas, tão logo que são polinizadas, e se formam em pequenas inflorescências terminais com 2 a 15 flores tubulares com 5 pétalas com ponta revoluta ou enrolada.
Dicas para cultivo: Árvore de crescimento rápido, apreciando solos vermelhos e argilosos com rápida drenagem da água das chuvas. Pode ser cultivada em todo o Brasil. É resistente a geadas de até -2°C, e a períodos de seca de até 6 meses, pode ser cultivada em sol pleno ou sombra e suporta inundações periódicas. Apesar de ser planta hermafrodita, precisa de polinização cruzada para ter boa frutificação, por isso recomendo que se plante no mínimo 2 exemplares.
Mudas: Sementes são discóides e planas e após despolpadas, limpas e secas conservam o poder germinativo por até 1 ano se guardadas em local escuro. Germinam em 30 a 60 dias se plantadas em substrato de 50% de terra vermelha, 30% de matéria orgânica e 20% de areia. Podem ser plantadas em jardineiras e quando atingirem 10 cm podem ser transplantadas para embalagens individuais. As mudas devem ser formadas na sombra e atingem 30 cm com 6 a 8 meses de vida. Inicia a frutificação com 8 a 10 anos após o plantio.
Plantando: Recomenda-se que seja plantada a pleno sol num espaçamento 5x5 ou 6x6 m entre covas, estas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e convém misturar 30% de areia saibro + 6 pás de matéria orgânica e 1 kg de cinzas de madeira aos 30 cm de terra da superfície da cova. A melhor época de plantio é de outubro a dezembro, convém irrigar 10 l de água após o plantio e a cada 15 dias se não chover.
Cultivando: A planta cresce rápido e não necessita de cuidados especiais, apenas as covas devem ser profundas, para que aja um bom desenvolvimento do sistema radicular. Fazer podas de formação e eliminar brotações na base do tronco e os galhos que cruzarem a copa ou estivem voltados para seu interior. Adubar com composto orgânico, pode ser 4 pás cama de frango bem curtido dobrando essa quantia a cada ano até o 4ª ano. Distribuir os nutrientes à 5 cm de profundidade, em círculos distanciados à 50 cm do tronco.
Usos: Frutifica nos meses de novembro a janeiro. Os frutos são consumidos in-natura apesar de ter gosto forte e muito utilizados para fabricação de licor e sucos nutritivos. A árvore é de belo aspecto ornamental e por produzir grande quantidade de frutos consumidos por animais, a planta não deve faltar em projetos de reflorestamento permanente.
COPAÍBA
Copaifera langsdorffi
FAMÍLIA DETARIEAE
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Árvore |
Flores |
Fruto e Semente |
Nome: "Copaíba" e "copaibeira" vêm do termo tupi kupa'iwa. "Pau-de-óleo" é uma referência ao óleo extraído de seu caule. Copaíba, bálsamo, caobi, capaíba, capaúba, coopaíba, copaí, copaíba preta, copaíba da várzea, copaíba vermelha, copaibeira, copaibeira de minas, copaúba, copaúva, capiúva, oleiro.
Origem: É uma árvore longeva e ocorre em regiões fitoecológicas distintas, tais como Cerrado, Cerradão, Caatinga, Floresta Estacional Semidecidual, Decidual, Ombrófila Densa, na formação Aluvial, Montana e Submontana, na Campinarana e nos campos rupestres. Ocorre em todos os estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste e nos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Tocantins.
Características: É uma árvore de grande porte, medindo de 10 a 15m de altura e 20 a 60 cm de DAP, decídua a semidecídua. O tronco é cilíndrico, tortuoso e geralmente curto. A copa é densa, globosa e ramificação racemosa. A casca, de coloração avermelhada (jovem) e marrom (adulta), sendo que a casca interna, rosada, exala resina de sabor amargo. As folhas são compostas, alternas, paripenadas, folhagem nova, cor rosa-clara é muito decorativa e importante para identificação. As flores estão dispostas em inflorescência multiflorais. Hermafroditas, branco-esverdeadas.. Têm odor intenso, doce e suave desde a abertura, possuem néctar e são efêmeras apresentando senescência a partir do 2º dia. O fruto é uma vagem seca , de coloração vermelha (jovem) e marrom (maduro). A semente de coloração marrom, envolta parcialmente por um arilo alaranjado. As sementes têm, armazenadas nos cotilédones reservas amilóides, proteínas e óleos em abundância.
Dicas para cultivo: A copaíba é uma espécie secundária tardia a clímax, caracterizando-se como espécie heliófita tolerante a sombra. Ocorre naturalmente tanto em solos férteis bem drenados, como terrenos úmidos de matas ciliares, como em solos pobres do Cerrado.
Mudas: Coletam-se os frutos jovens, de coloração avermelhada, pois se observa menor conteúdo de cumarina (substância inibidora da germinação) nas sementes, para posterior amadurecimento durante a armazenagem. A maturidade fisiológica das sementes, no entanto, ocorre apenas quando os frutos secos se abrem e expõe as sementes de coloração marrom-escura. As sementes devem ser colocadas para secar após a extração do arilo. As sementes apresentam dormência que pode ser superada por imersão em água fria por 18 a 72 h ou escarificação mecânica (com lixa, areia ou pedras de carboneto de silício). Apresentam germinação de até 81%. As sementes podem ser conservadas a longo prazo em câmara seca e fria. Para armazenamento das sementes nessas condições, as sementes podem manter o poder germinativo durante 5 anos em embalagens hermeticamente fechadas. A propagação da copaíba é realizada por sementes, pois as estacas são difíceis de enraizar. As sementes devem ser colocadas para germinar em sementeiras, para posterior repicagem, ou em sacos de polietileno grandes ou tubetes médios. A germinação pode ocorrer de uma a 8 semanas após a semeadura e as mudas estarão prontas para plantio com 9 meses.
Plantando O desenvolvimento das mudas e plantas é lento no campo, não ultrapassando 2 m em dois anos. O espaçamento médio utilizado é de 2x2 m e em sistemas agroflorestais, recomenda-se espaçamento de 4 a 5 m entre árvores.
Cultivando: A floração ocorre em geral, no período mais quente e úmido, entre os meses de outubro a março e a frutificação entre julho a outubro, coincidindo com a época de maior perda de folhas. As abelhas e vespas são vetores de polinização, enquanto a dispersão dos frutos é hidrocórica e zoocórica, realizada por aves, macacos.
Usos: A madeira serrada pode ser utilizada para: construção civil, peças torneadas, coronhas de armas, cabos de ferramentas, cabos de vassoura, implementos agrícolas, construção naval, produz lenha para carvão. A óleo-resina é extraído do tronco, podendo ser utilizado, in natura como combustível para motores diesel e também na medicina popular. Indicada para produção de mel, sendo que apenas uma flor possui cerca de 2 microlitros de néctar. Pode ser utilizada também em arborização urbana, bem como reflorestamento para recuperação ambiental. Recomenda-se que o plantio de mudas de copaíba em ambientes de clareira, havendo mais ganho de matéria seca total e de sistema radicular.
CANAFÍSTULA BRANCA
Peltophorum dubium
FAMÍLIA FABACEAE-CAESALPINIOIDEAE
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Árvore |
Flores |
Fruto |
Nome: Pe/tophorum, o que conduz o disco, referindo-se ao estigma; dubium. Em tupi-guarani, é conhecida como ibira-puita-guassú, que significa "madeira-vermelha-grande". Conhecida também como canafístula, Angico-amarelo, Farinha-seca, Faveira, Guarucaia, Ibirá-puitá, Sobrasil, Tamboril-bravo.
Origem: Ocorre na Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo.
Características: Árvore de porte grande, alcançando de 15 a 40 m de altura, com copa ampla e globosa. O tronco atinge 50 a 120 cm de diâmetro e possui casca fina quando jovem, que engrossa e se torna escamosa com o passar do tempo. Folhas alternas espiraladas, estipuladas, compostas bipinadas. Flores amarelas, bissexuadas, dispostas em panículas terminais grandes. Fruto não comestível, legume indeiscente e achatado.
Dicas de Cultivo: Variação altitudinal de 30 a 1.300 m de altitude. Precipitação pluvial média anual de 700 a 2.300 mm. Temperatura média anual de 18,1°C a 25,3°C. Ocorre em vários tipos de solos, aparecendo em solos ácidos, inclusive de Cerradão, até solos de alta fertilidade química. Em plantios experimentais, tem crescido melhor em solos de fertilidade química média a alta, bem drenados e com textura de franca a argilosa. Não tolera solos rasos, pedregosos ou demasiadamente úmidos.
Mudas: Os frutos devem ser colhidos quando mudam de coloração verde-escura para marrom-clara-acinzentada, como permanecem na árvore por muito tempo, quando as sementes são colhidas muito secas, geralmente apresentam germinação lenta e irregular, mesmo se deixadas imersas na água por tempo superior a 72h. Por se encontrarem no interior de vagens indeiscentes, as sementes são de difícil extração. A extração é feita manualmente, com o auxílio de um cacete, ou em máquinas beneficiadoras, tipo debulhadora de milho adaptada para sementes florestais. As sementes da canafístula apresentam forte dormência tegumentar, que pode ser superada com escarificação mecânica com papel de lixa por 2 a 5 minutos. A semeadura pode ser feita diretamente em recipientes, sendo recomendado semear duas sementes. A germinação tem início entre 6 e 120 dias após a semeadura. O poder germinativo é alto, até 95% em sementes com superação da dormência, e baixo, até 28% em sementes sem superação da dormência. A repicagem, quando necessária, deve ser feita entre 3 a 5 semanas após a germinação, ou quando a muda atingir 3 a 6 cm de altura. A canafístula apresenta elevada tolerância à poda radicial, podendo-se podar as mudas a 20 cm de profundidade. As mudas atingem porte adequado para plantio, cerca de 4 meses após a semeadura ou 50 cm de altura. As mudas não necessitam de sombreamento na fase de viveiro, podendo ser produzidas sob pleno sol.
Plantando: O processo reprodutivo inicia entre 7 e 12 anos de idade, em plantio. Dispersão de frutos e sementes é autocórica, principalmente barocórica, por gravidade, e lentamente dispersos pelo vento. As sementes são encontradas no banco de sementes do solo. Esta espécie é bastante exigente em N (nitrogênio). A adição de esterco de curral e esterco de galinha bem curtidos, na composição de substrato, são eficazes em produzir mudas de canafístula de elevada qualidade.
Cultivando: Vetor de polinização são principalmente as abelhas e diversos insetos pequenos. Floresce abundantemente de dezembro a fevereiro. A maturação dos frutos verifica-se em março-abril, entretanto suas pequenas vagens permanecem viáveis na árvore durante muitos meses.
Usos: Sua floração é um verdadeiro espetáculo de flores amarelas e forma um tapete de pétalas no chão. Ecologicamente é considerada uma importante árvore oportunista, que se beneficia de clareiras, sendo por este motivo utilizada em recuperação de áreas degradadas. Sua madeira é utilizada em trabalhos de marcenaria, construção civil e no fabrico de dormentes, entre outros.
AROEIRA PIMENTEIRA
Schinus terebinthifolius
FAMÍLIA ANACARDIACEAE
Nome: AGUARAMIBA vem do guarani que significa “Fruta que o Guara se alimenta” derivado das palavras: GUARA, MI – alimento ou comida e YBA – fruta; Corneiba vem de Cori-pineiba do Tupi e significa “Fruta de pele vermelho rosada”. Também recebe os seguintes nomes: Aroeira branca (porque existe uma variedade cujos frutos maduros são brancos), Aroeira brava, Aroeira precoce, Aroeira mansa, Aroeira preta, Aroeira da praia, Aroeira cambuí, Aroeira de Sabiá, Aroeira rasteira, Aroeira pimenta, Aroeira vermelha, Corneiba dos Tupis, Falso pimenteiro, Fruta de cotia, Fruta de raposa.
Origem: Ocorre na beira de várzeas úmidas, nos córregos, nas matas de altitude, cerrados e campos dos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo; aparecendo também na floresta de Araucária de Santa Catarina e Rio Grande do Sul; surgindo na caatinga do estado de Alagoas, Bahia e Paraíba, habitando a Restinga do estado do Espírito Santo e Rio de Janeiro, a floresta atlântica de altitude do Rio Grande do Norte e Sergipe, e no mangue do estado de Pernambuco, Brasil.
Características: A árvore na floresta pode atingir 15 m de altura, com diâmetro do tronco superior a 70 cm, mais geralmente cresce até 7 m e altura e em alguns lugares se comporta como arbusto de até 2 m de altura. A copa é baixa, densa e larga quando cultivada isolada e o tronco pode ser reto ou tortuoso com fuste de até 11 m, ou pode surgir múltiplos troncos. As folhas são compostas com forma de pena, com textura membranácea, sem pelos, com coloração verde escura e brilhante. As flores nascem tipo de cacho composto com forma piramidal terminais, multifloras e densas de 4 a 15 cm de comprimento, chegando a ter mais de 320 flores muito pequenas, com 3 mm, de cor branco-amareladas. Os frutos são drupas, com uma semente, medindo de 0,4 a 0,6 mm de diâmetro e levemente achatado no comprimento. A casca é brilhante de coloração vermelha, púrpura ou rosa forte; a polpa tem grandes cavidades secretoras de uma espécie de óleo espesso que quando bem maduro, exala cheiro de manga verde. O sabor do fruto é adocicado e lembra gosto de folhas de junipero. A semente é com formato de rim mede de 3 a 4 mm.
Dicas de cultivo: De fácil cultivo e muito rústica, se desenvolve desde o nível do mar até 2.000 m de altitude no estado do Paraná, ocorrendo em solos de cultura, brejosos, arenosos, pedregosos e secos. A planta adulta suporta temperaturas mínimas de até -6°C e máximas de até 38°C e pode ser cultivada onde a temperatura média anual fique entre 10°C a 32°C. Precipitação pluvial média anual entre 700 a 2.700 mm anuais, tolerando inundações ou encharcamentos periódicos.
Mudas: As sementes são pequenas e recalcitrantes (perdem o poder germinativo rapidamente), por isso, devem ser plantadas no máximo 30 dias depois da colheita. O plantio é feito colocando 2 a 3 sementes diretamente em embalagens individuais contendo substrato organo-arenoso, desse modo a germinação inicia com 15 a 30 dias e as mudas atingem 30 a 40 cm em 4 meses após a germinação.. O desenvolvimento das mudas é rápido, iniciando a frutificação com 1 ano para as mudas propagadas por estacas e 2 anos para mudas propagadas por sementes.
Plantando: Para o cultivo comercial, que deve ser plantada num espaçamento de 4x4 m. As covas de 50x50 cm com 5 a 6 pás de matéria orgânica + 500 g de cinzas. A melhor época de plantio é de setembro a dezembro.
Cultivando: Na cultura comercial faz-se a seguinte poda: mudas que devem ser podadas no inverno à 50 cm do chão no primeiro ano após o plantio e depois, será preciso selecionar 4 galhos para que crescem num raio de 90°, dos quais formarão muitos ramos, que devem ser podados, deixando um ramo a cada 40 ou 50 cm para que recebam bastante sol e produzam cachos de frutos que não fiquem esbarrando um no outro e prejudicando a qualidade dos frutos. Quando estes ramos crescerem mais do que 1,5 m corta-se a metade superior do ápice.
Usos: Frutifica em várias épocas do ano, mais principalmente de fevereiro a abril. Os frutos são secos e usados como condimento de carnes molhos e ensopados, dando um leve sabor de pimenta adocicada. A árvore é ornamental, plantada em grandes parques e estacionamentos. As flores são melíferas e a árvore por ter crescimento rápido e ser pioneira, é muito usada em projetos de reflorestamentos sobre solos pobres. Algumas pessoas têm alergia dessa planta.
BICUÍBA
Virola bicuhyba
FAMÍLIA MIRISTICACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos e Sementes |
Nome: Seu nome é devido a suas cascas que se soltam com muita facilidade. Também recebe os seguintes nomes: Bicuíba, bicuíba-branca, bicuuba, bocuva, candeia-de-caboclo, ocuíba.
Origem: Espécie secundária tardia ou clímax, é heliófita. Geralmente é encontrada em encostas e matas ciliares. Na Mata Atlântica, é encontrada na Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual. Distribuição geográfica: Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
Características: Árvore de grande porte medindo de 20 a 30m de altura, semiperenifólia, de tronco cilíndrico, reto, DAP de 40 a 100 cm, com ramos longos e mais ou menos horizontais. Casca externa
parda, levemente áspera. Folhas simples, alternas, nitidamente dísticas, longas, de bordos lisos e
paralelos, base arredondada, bordo inferior puberulento. Possui de 20 a 30 pares de nervuras
secundárias. As flores são muito pequenas, masculinas e femininas em inflorescências distintas. O fruto é uma baga-drupácea, ovalada, de até 9 cm de diâmetro. Contém uma semente com forma
elipsóide-ovoidal, de cerca de 2 cm de comprimento e 1,5 cm de largura. A semente é envolta por um arilo carnoso róseo-avermelhado.
Dicas de cultivo: Áreas com inundação temporárias e áreas bem drenadas, não alagáveis.
Mudas: Os frutos devem ser coletados somente quando iniciarem abertura espontânea, o que é facilmente notado pela coloração vermelha do arilo que envolve as sementes. Em seguida levá-los ao sol para completarem a liberação das sementes. As sementes devem ficar de molho para se retirar o arilo e posteriormente devem ser colocadas para secar. Recomenda-se semear em sacos de polietileno, com no mínimo 20x7 cm ou em tubetes de polipropileno grandes. Quando necessária, a repicagem deve ser feita 3 a 5 semanas após a germinação. Tempo de germinação a partir de 10 a 50 dias após o plantio e a taxa de germinação em média de 60%. Tolera sombreamento leve quando jovem e exige luz quando adulta. Produz anualmente pouca semente.
Cultivando: São polinizadas principalmente pelas abelhas e diversos insetos pequenos. Os agentes dispersores são principalmente as aves, inclusive tucanos e pequenos mamíferos. Excelente frutífera para lagartos, cotias e aves.
Usos: Floresce de dezembro a abril e a frutificação acontece de setembro a dezembro. Pode ser utilizada com fonte de óleo e de alimento para a avifauna. A madeira é especialmente indicada para a fabricação de contraplacados, miolos de portas e acabamento interno, como molduras guarnições, rodapés, forros e sarrafos. Serve bem para todas as construções interiores, como partes de mobílias que não sejam decorativas, gavetas, molduras, tabuado, caixilhos. Potencial de utilização no paisagismo, pelo porte e beleza. Em algumas regiões como o Vale do Jequitinhonha, MG, é a árvore preferida dos fazendeiros, pois as vacas apreciam muito o seu fruto, uma vagem parecida com Ingá, que contém uma espécie de mel amargo.
IPÊ ROXO
Tabebuia avellanedae
FAMÍLIA BIGNONIACEAE
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Árvore |
Flores |
Frutos e Sementes |
Nome: ipé-roxo, pau-d'arco-roxo, ipé-roxo-da-mata, ipé-preto, ¡pé-rosa, ipé-comum, ipé-cavatá, lapacho, peúva, piúva.
Origem: Maranhão até o Rio Grande do Sul. E particularmente frequente nos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo até o Rio Grande do Sul, na floresta latifoliada semidecídua da bacia do Paraná.
Características: Árvore de até 30 m de altura. Tronco com casca relativamente lisa, acinzentada e com sulcos longitudinais. Folhas compostas, palmadas, de 5 a 7 folíolos, ovais ou elípticos, membranáceos, com bordos irregularmente serreados. A inflorescência é uma panícula terminal, com flores numerosas, adensadas, pubescentes e de coloração rósea. Fruto do tipo cápsula, cilíndrica, alongada, de 15 a 50 cm de comprimento, glabro e com sementes finas de asas membranáceas. As sementes aparecem em grande quantidade e são grandes e aladas. Medem de 2,5 a 3 cm de comprimento e cerca de 6 a 7 mm de largura. São acastanhadas e membranáceas mais ou menos brilhantes.
Dicas de cultivo: O ipê-roxo ocorre em locais com regime pluviométrico uniforme, porém aceita um déficit hídrico moderado. A precipitação pode variar de 1000 mm a 1900 mm. Quanto à temperatura, abrange variação média anual de 18° C a 26° C. A espécie ocorre em solos como os argissolos, com altitudes até 400 metros; em cambissolos, entre 400 e 800 m e em latossolos, em altitudes que podem variar entre 800 m a 1500 m. Tem apresentado um melhor crescimento em solos com fertilidade química média a elevada, profundos, com boa drenagem e de textura franca a argilosa.
Mudas: Colher os frutos diretamente da árvore quando os primeiros iniciarem a abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completarem a abertura e liberação das sementes. Sua viabilidade em armazenamento é muito curta, geralmente não ultrapassando 90 dias. Colocar as sementes para germinar logo que colhidas em canteiros ou embalagens individuais contendo substrato argiloso. Cobri-las com uma fina camada de substrato peneirado e irrigar 2 vezes ao dia. A emergência ocorre em 6 a 12 dias e, geralmente é superior a 80%. O desenvolvimento das mudas, bem como das plantas no campo é rápido, podendo atingir 3,5 m aos 2 anos.
Cultivando: Produz anualmente grande quantidade de sementes, amplamente disseminadas pelo vento. O ipê-roxo pode ser plantado: a pleno sol em plantio puro, com comportamento satisfatório quando plantado em solos férteis, porém com forma inadequada; em plantio misto, associado com espécies pioneiras e secundárias, visando melhoria na forma do fuste e; em vegetação matricial arbórea, em faixas na vegetação secundária e plantado em linhas.
Usos: Floresce durante os meses de junho-agosto, com a planta quase totalmente despida da folhagem. Os frutos amadurecem em agosto-novembro. A madeira é própria para obras externas e construções pesadas, tanto civil quanto navais, como vigas, postes, dormentes, pontes, tacos e tábuas para assoalho, tanoaria, tacos de bilhar, bengalas, eixos de roda, dentes de engrenagem, bolas para jogos. A árvore em florescimento é um belo espetáculo da natureza. E a espécie de ipê roxo mais largamente utilizada no paisagismo em geral na região sul do país. É ótima para plantios mistos em áreas degradadas de preservação permanente.
FONTES DAS INFORMAÇÕES DESTE CATÁLOGO:
Livro: Arvores Brasileiras – Manual de identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil – Harri Lorenzi; São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2014.
SITES:
https://www.ibflorestas.org.br
https://www.jardineiro.nets.com.br
https://www.arvoresbrasil.com.br
https://www.jardimdeflores.com.br
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